Você já reparou que em situações de medo, dor ou ansiedade nós instintivamente procuramos a mão de alguém para agarrar?
Segundo um estudo, dar as mãos para alguém que você ama, ou simplesmente gosta, altera o padrão de ondas cerebrais e pode funcionar como um analgésico natural.
Esse fenômeno é chamado de “sincronização interpessoal”, e engloba não só ondas cerebrais, mas batimentos cardíacos e o ritmo da respiração. É quando o organismo de uma pessoa começa a espelhar fisiologicamente as características de quem está por perto. Isto, no entanto, não é exatamente uma novidade no meio científico. Porém um novo estudo revelou que o toque pode reduzir a sensação de dor física.
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Os pesquisadores do Instituto de Ciência Cognitiva da Universidade do Colorado em Boulder, investigaram o que acontece no cérebro quando damos a mão a alguém. E ao final do experimento, feito com casais, os cientistas analisaram os dados do eletroencefalograma e o primeiro fato que perceberam é que quanto mais próximo o casal estava, mais similar era o padrão de ondas cerebrais detectado pelo exame, especialmente quando havia dor envolvida.
Essa sincronia atingia o ápice quando o casal estava de mãos dadas. Cruzando o exame de eletroencefalograma com a percepção de dor, os pesquisadores perceberam que quanto mais similares as ondas cerebrais, menor era a dor relatada pelos participantes. Sendo os menores níveis de dor relatados pelos casais que estavam de mãos dadas.
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O toque pele a pele entre seres humanos é um dos grandes gatilhos para a produção de oxitocina, o famoso “hormônio do amor”. Uma das características da oxitocina é reduzir sentimentos de ansiedade e dor, pois diminui os níveis de hormônios de estresse como o cortisol.
Um dos exemplos comprovados por este estudo é o momento do parto. A sincronização interpessoal funciona na redução da dor, quando a mulher está de mãos dadas com alguém que goste no momento de dar a luz. Por isso muitos médicos, parteiras e doulas já mencionaram que as mulheres que estão sem a companhia de alguém próximo sentiram mais dor e dificuldades na hora do parto.
Este e outros estudos a cerca da sincronização entre todos os seres, só confirmam aquilo que todos, consciente ou inconscientemente já sabemos: que o amor não é uma figura de linguagem e sim algo real e que liga-nos a todos.