Existem pessoas que não vieram a passeio nesse mundo. Maria Montessori teve uma vida dedicada à promoção da Paz através da educação. Estruturada nos princípios de Auto Educação, Educação Cósmica e Educação como ciência, essa médica italiana revolucionou a maneira como conhecemos o aprendizado.
Nascida na Itália, em 1870, Maria teve uma trajetória incrível, trazendo a ciência para melhoria da educação. Para ela, o foco do aprendizado deve ser a observação atenta e amorosa à criança, revelando suas potencialidades. Médica, em uma época onde poucas mulheres se arriscavam nessa área, Maria assistiu ao avanço do fascismo na Itália e nazismo na Alemanha e duas guerras mundiais. Eram tempo difíceis, e excelente observadora como era, sentenciou que a humanidade só poderá progredir se dedicar às crianças uma educação que leve à paz, à autoconsciência, à conexão e à liberdade.
Após trabalhar em uma casa de saúde que atendia crianças consideradas “limitadas mentalmente”, percebeu que nem todas possuíam dificuldade de aprendizado. Apenas não eram estimuladas corretamente. Desenvolveu, então, uma série de testes e experimentos que se tornaram o pilar do Método Montessori.
Sua metodologia ganhou o mundo. Independentemente da cultura, país ou idioma, as crianças demonstravam a mesma reposta ao aprendizado. A ciência por trás do método era universal. Por conta de divergências com a gestão Mussolini, muito de sua obra foi destruída. Mesmo assim, Montessori saiu da Itália e continuou a difusão daquilo que considerava a chave para futuras gerações. E quais são essas chaves?
Reforma na filosofia da educação através da Pedagogia Waldorf
6 princípios do Método Montessori
A metodologia possui 6 princípios-base. São eles:
-Autoeducação: A criança aprende por ela mesma, afinal, ela quer explorar o mundo. Com ambiente e orientação adequados, ela consegue investigar e pesquisar dentro do seu ritmo.
– Educação Cósmica: “Cosmos significa ordem, e a criança ama organização”, diz Montessori. Apresentar o conhecimento de forma organizada auxilia no aprendizado e mostra que se Cosmos é ordem, tudo no Universo tem a sua função. O aluno cresce sabendo que é parte de algo maior e tem consciência de suas ações.
– Educação como Ciência: Os professores usam a ciência – observação, teses e hipóteses – para acompanhar e compreender o desenvolvimento da criança. Ela é assistida de uma maneira muito mais focada e coerente com sua realidade.
– Ambiente preparado: Autonomia é a ideia principal aqui. Tudo deve ser estruturado para o pleno desenvolvimento do aluno. E isso se estende também à casa. Móveis, utensílios, brinquedos…O acesso deve ser fácil e dentro dos limites de altura da criança.
– Adulto preparado: Esse termo significa um orientador, totalmente preparado, para interagir e auxiliar a criança através de métodos científicos. Entretanto, não interfere nem “fala demais”. Oferece as informações necessárias e se afasta, observando como ela assimila o que foi passado. Ajuda apenas quando necessário.
– Criança equilibrada: Se pudermos oferecer um ambiente favorável, os pequenos vão conseguir se expressar de forma tranquila, mostrar claramente seus interesses e se construir como seres autoconscientes e respeitosos.
O desafio de Rudolf Steiner: Documentário sobre o pioneiro da Biodinâmica e da Pedagogia Waldorf
Montessori na prática
Conversei com uma amiga que tem duas filhas, uma de cinco e outra de dois anos, que estudam em uma escola Montessori. É muito bacana ouvir o que alguém que vivencia esse método tem a dizer. Com a palavra, Elisângela:
“Sempre procuramos criar nossas filhas proporcionando a maior independência possível. Essa é a forma que entendemos ser a melhor para a criação de um indivíduo. Ter autonomia de decisão, o “livre-arbítrio”, tendo em mente que errar é um passo essencial para o aprendizado.
Nunca pensamos em superproteção e, muito menos, isolar a criança do mundo real. É preciso ensinar que somos feitos de sucessos e fracassos, e que tudo isso é resultado de nossas escolhas.
Buscando pela primeira escola, estudei muito as metodologias existentes. E diante do objetivo que nós pais já tínhamos, o método Montessori foi, sem dúvida, o que melhor atendeu nossas expectativas. Estamos muito satisfeitos com os resultados que vemos diariamente em nossas filhas.
A independência e a autonomia são notáveis. Claro que sempre estamos por perto, monitorando as atitudes e decisões, mas o simples fato do querer “fazer sozinha”, seja arrumar a cama, escovar os dentes, subir no cadeirão do carro, nos enche de orgulho e nos mostra que, dentro do conceito de educação que buscamos, estamos conseguindo os tão sonhados resultados!”
Sabemos que o universo da criança está em construção, mas é legal ter esse feedback das meninas sobre a vivência na escola. Vamos perguntar para elas:
Marina, 5 anos: “Adoro fazer atividades! A escola tem muitas, mas as que mais gosto são as de desenho e pintura. Esse ano estou gostando também de mexer com as atividades dos números (iniciação à matemática)”.
Manuela, 2 anos: Através da professora, soubemos que ela se encanta com as atividades que envolvem água, como dar banho nas bonecas, lavar os brinquedos e lavar os pratinhos após as refeições.
Para finalizar, deixo aqui uma frase de Maria Montessori com a ideia que guia seu método:
“Amar a criança não é suficiente. É preciso que ela ame e conheça o Universo”.
Quer saber mais? Dá uma olhada nesses links:
Organização Montessori do Brasil
*Especial agradecimento à Elisângela Ferreira, por suas informações valiosas e o carinho em me atender! 🙂
Matriculei meu filho numa escola montessori, aqui em Caxias do Sul. É incrível… fica a dica da https://www.cataventura.com.br/