Em meio a correria do dia a dia, precisamos prestar atenção em muitas coisas e com o crescente aumento dos estímulos que recebemos, acabamos por forçar nosso cérebro a lidar com uma grande quantidade de informação.
Nesse processo, estamos cada vez mais ativos e com menos tempo para limpar a mente, relaxar e aliviar as tensões e o estresse.
Nunca, em toda a história humana, estivemos tão dependentes da tecnologia e utilizando disso para nos conectar, em tempo real, com pessoas, locais e acontecimentos ao redor do mundo. Temos notícias do que acontece em qualquer lugar da Terra, ou fora dela, e conseguimos fazer uma rápida pesquisa sobre um assunto novo em questão de segundos, sem falar que com um simples telefonema é possível conversar com alguém que esteja bem distante de nós.
Diante disso, o foco de nossa atenção fica, na maioria do tempo, voltado para o que está fora. Num distanciamento interno que nos faz, pouco a pouco, esquecer ou não dar importância às nossas necessidades íntimas de calma e introspecção. Atitude, essa, que favorece apenas o cansaço, a tensão e, é claro, a manutenção do estresse.
Como é possível se tranquilizar e ampliar a harmonia interna sem dar atenção ao que o corpo está dizendo?
[Leia Também: A vida pede um pouco de calma, pare e se escute]
Fica difícil enxergar e tratar o outro com o devido afeto e respeito, quando está sobrando carências dentro de nós. E não pense apenas no desejo sexual, qualquer grau de privação de nossas vontades e necessidades pode vir a causar carências de acordo com cada indivíduo.
Dessa forma, a tensão acaba sendo colocada para fora nos momentos críticos. Não é possível ser diferente, nosso comportamento e atitudes são fruto do que nós somos. Se estamos cheios de conflitos íntimos e vontades não sanadas, isso, com certeza, irá aparecer em algum momento. Aquele famoso “perdeu a cabeça” é simplesmente o instante em que nós não conseguimos mais lidar com tanta coisa mal resolvida e, então, ocorre uma descarga de tensão, que pode acabar sendo em quem está ao nosso lado.
Vemos o resultado disso com certa frequência até mesmo dentro de casa, seja entre os pais, pais e filhos, irmãos, parentes e também com amigos ou estranhos e como medida importante e definitiva para a melhoria da situação, a prioridade deve ser o autoconhecimento, ou seja a mudança do foco externo para a interpretação e compreensão do que vem de dentro, nos atentando a tudo aquilo que não estamos dando a devida importância dentre todas as necessidades fisiológicas, emocionais, de segurança, de autoestima e com relação às realizações pessoais de nossa vida.
Além disso, devemos estar cientes de que somos seres únicos e, portanto, teremos certos desejos e vontades específicas. O que torna a nossa “busca pela felicidade” um caminho particular e intransferível.
O que faz o outro ser feliz e realizado é algo que, provavelmente, se difere do melhor para minha vida. Lembrando de tal peculiaridade, cabe a nós sermos originais em nossas escolhas, para que possamos minimizar as desilusões e insatisfações futuras devido às influências externas da mídia, moda ou quaisquer outras.
A exemplo disso, e para nos ajudar com um ponto de partida, temos o estudo de Abraham Harold Maslow, que define em uma pirâmide, de acordo com sua prioridade, tudo aquilo que é indispensável para que nossa vida seja mais saudável e equilibrada.
Com base nesta imagem, é interessante avaliarmos nosso caso para identificar se existe algum aspecto que possa estar em débito ou que precise de algum ajuste. Para então refletirmos sobre as possíveis medidas corretivas.
Pense na seguinte situação, que demonstra bem os mecanismos internos de funcionamento da psique e do corpo: Se você está com fome e essa vontade se prolongar por muito tempo, há a possibilidade de ficar inquieto, sem paciência, irritado, de mau humor e até mesmo com raiva. Mas em certo momento, ao conseguir saciar a fome, todas as sensações ruins se vão, deixando, até mesmo, uma sensação de alegria e paz.
A lógica dessa situação é simples e pode ser compreendida através de vários referenciais. Nosso corpo se comporta como uma máquina ou empresa, dependendo de todas suas partes para funcionar de modo satisfatório. No caso de algo estar faltando ou com problemas, outras partes, pouco a pouco, serão afetadas, umas mais diretamente e outras indiretamente, resultando em uma série de complicações. Isso ocorre no trânsito, nos rios, nos córregos, na natureza (cadeia alimentar) e em tantos outros contextos. Se uma pequena parte apresenta mal funcionamento, o sistema, como um todo, se desequilibra.
Desse modo, podemos avaliar e melhorar (muito) nossa vida a partir da fortificação dos pilares fracos, que consiste em quantificar cada área de nossa existência (ver imagem a seguir) e partir para o desenvolvimento e melhoria das que obtiverem menores notas. Dessa forma, estaremos equilibrando nossa balança interna o que possibilitará um reflexo positivo geral.
[Leia também: Melhore a sua qualidade de vida com a meditação mindfulness (atenção plena)]
Concomitante a isso, sua vida pode não estar boa o suficiente devido à preocupação excessiva com a opinião negativa alheia a seu respeito, por estar deixando de lado a vontade de ter um(a) namorado(a), por estar alimentando algum medo ou desconfiança a respeito de algo ou alguém, por não tomar uma atitude para sanar uma questão mal resolvida com alguém ou até mesmo por estar em algum processo de negação ou não aceitação de um fato que aconteceu com você no passado.
A dica que fica é a de que por mais que seja difícil, esquecer o que já passou e tomar atitudes de mudança é o caminho mais saudável e feliz. Guardar mágoas é um processo que só nos prejudica, enquanto, na maioria das vezes, o outro pode estar vivendo sem nem se importar com o que aconteceu.
E se o problema não está no passado, e sim é algo que ocorre no momento presente, que maravilha! Então só depende de você se levantar da cadeira e tomar uma atitude para a resolução, que pode ser uma simples conversa ou a decisão de não mais se importar. A única porta que existe entre o fracasso e o sucesso é a Tentativa! E que mais cedo ou mais tarde essa porta pode se abrir! Só depende de você!
Gostei muito. Uma boa reflexao sobre como fazemos parte de um todo. E quanto à espiritualidade, na minha opinião, ler a Bíblia e meditar nela, ajuda-nos a enfrentar a ansiedade. Aqui fica uma sugestão de leitura e meditação: Salmos, capítulo 23. Até sempre.
Fico muito feliz que tenha gostado!
Quanto a fazermos parte de um todo, existe uma outra publicação aqui no blog, em que abordo exatamente isso!
Se não viu, sugiro que dê uma olhada : https://jardimdomundo.com/4-documentarios-que-mostram-beleza-e-os-misterios-da-vida-e-da-natureza/
Gabriel concordo com vossa colocação da necessidade de diminuir a quantidade de informação desnecessária a nossa mente, porem dê uma olhada aqui na pagina que você publica a quantidade de informação que tumultua nosso cérebro e é um causador do mal citado, como propaganda de produtos e outros, fácil citar , difícil contribuir.
Infelizmente, Moisés, faço referência a quantidade crescente de informações que estão disponíveis em nosso cotidiano, pois, para muitos, isso causa uma distração desnecessária e contraproducente.
Nosso cérebro tem a tendência de querer compreender o que é novo e diferente do conhecido, portanto, o desenvolvimento tecnológico, as propagandas e outros avisos que somos, de certa forma, obrigados a conviver, acabam causando um distanciamento íntimo. Fazendo as pessoas se esquecerem de cuidar delas próprias.
Veja, que em momento algum levanto a hipótese de que acabar com a tecnologia e as propagandas seria a solução dos nossos problemas. Isso é impossível. Nesse caso, o blog sobrevive, dentre outros motivos, por conta da publicidade (propagandas visuais).
O mundo está em evolução e não iremos conseguir parar isso, até porque esse não é o objetivo.
A solução que proponho é que cada um volte a atenção para si mesmo, em vários momentos, e perceba se não está dando muita importância ao que está fora, ao invés de se preocupar com o que vem de dentro.
A solução não é mudar o mundo! A solução é mudar a nós mesmos (autoconhecimento).