Rak Tamachat – Um exemplo de comunidade sustentável na Tailândia

Tomar banho no lago imerso na natureza, assistir a um filme na companhia de vagalumes, coletar seu próprio alimento na horta ou passear pelo local apanhando mulberries pelo caminho, esses são alguns momentos que se apresentam às pessoas que se propõem a viver em Rak Tamachat, uma comunidade sustentável e centro educacional em permacultura localizada em Si Khiu, Tailândia. O seu nome ao pé da letra é “amor natural”, mas o seu profundo significado em tailandês vai além de traduções e traz consigo a ética e os princípios da permacultura. Aqui compartilho um pouco da minha experiência ao morar quase um mês na comunidade que atrai pessoas sintonizadas na permacultura do mundo todo!

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Fugindo totalmente dos paradigmas da sociedade, os moradores de Rak Tamachat e voluntários vivem a vida com muita simplicidade, sustentabilidade e próxima à natureza. O dia começa cedo, quando todos se encontram na casa comum para o café e as primeiras atividades. O compartilhar e o cuidado que uns tem com os outros é notável desde então, uma simples pergunta como “Você dormiu bem?”, ou um motivador “Vamos conseguir fazer isso juntos”, pode mesmo dar o tom do resto do dia.

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Acolhida e inspirada, lá tive oportunidade de aprender diversas técnicas de permacultura e bioarquitetura na condição de voluntária: produção de composto orgânico e biofertilizante, construção em superadobe, fabricação de tijolo de solo cimento e aplicação do fardo de palha. Nesse período plantamos mulberries e moringas e construímos, ainda, um tanque para o cultivo de peixes, um galinheiro e um forno a lenha. Assim, dia após dia com os pés e mãos na terra, pude me conectar e senti-la de uma forma especial, sorver impressões, meditar na reintegração.

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Voluntários preparando a “massa” para a confecção do tijolo de adobe.

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Construção do forno de adobe.

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Voluntários aplicando a técnica de superadobe para a construção de bancos na área externa da comunidade Rak Tamachat.

Além de todo o conhecimento aprendido durante esse período, voluntariar em Rak Tamachat foi uma oportunidade de me aproximar mais da cultura tailandesa e enriquecer ainda mais minha experiência. Uma vez as atividades do dia terminadas, uma visita a uma pequena vila próxima a comunidade era algo comum entre os voluntários, movidos pela curiosidade de conhecer mais de perto os costumes locais. Ao chegar, depois de andar pela estrada de barro e observar o grande cenário no caminho repleto de árvores e campos de arroz, pude observar a vida diária de seus moradores. A acolhida, os sorrisos trocados e as tentativas de nos comunicar através de gestos e sinais foram momentos preciosos que revelaram a fraternidade e o respeito de pessoas que não se conheciam, mas que no final se divertiam ao constatar as suas diferenças culturais.

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Pela noite a paz reina no lugar e, entre uma conversa e outra, podemos ouvir os sonidos da natureza, as árvores que balançam seus galhos, os insetos que conversam entre si e mesmo outros elementos que anunciam sua presença sutil. Devido à distância das facilidades urbanas, a noção de tempo se perde em meio a tantas experiências e aprendizados que podemos usufruir na mata. Em verdade, a plenitude revela-se quando nos deixamos engolir por ela.

Confira a seguir fotos da comunidade Rak Tamachat e se tiver interesse em saber sobre as tecnologias alternativas e as aplicações de permacultura, acesse a página Gaia Arquitetura ou o website oficinal da comunidade. Rak on!

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Jovem arquiteta e urbanista pé na estrada, praticante da filosofia tântrica e entusiasta das alternativas sustentáveis. Em tempos em que impera o individualismo comodista e com ele a míngua do respeito e preocupação com o meio ambiente, defende o despertar para as vantagens que resultam da cooperação e solidariedade. Criadora e responsável da página Gaia Arquitetura, fruto de seu anseio de contribuir para a transformação que deseja ver no mundo.

Uma opinião sobre “Rak Tamachat – Um exemplo de comunidade sustentável na Tailândia

  • Reply Pâmela Pâmela 25 dezembro, 2018 at 15:45

    oi, adorei essa sua experiência, vc poderia me dizer como que faz pra ir como voluntária para lá???