A autonomia é um conceito amplamente discutido e com sentido amplo. Fala-se em autonomia desde a aquisição de capacidade de um bebê para comer até a tomada de decisões de uma liderança. A multiplicidade de usos do termo demonstra sua importância, mas no momento exploraremos seu enfoque educacional.
Uma das mais belas análises sobre a autonomia é de Adorno, alemão que teve que fugir de seu país durante a ascensão do nazismo, que coloca a autonomia como essencial para que “Auschwitz nunca se repita”. De acordo com o autor, a educação só faz sentindo enquanto dirigida a uma autorreflexão crítica, permeada de sociologia, para a contestação e para a resistência. Em síntese, uma educação que forneça as estratégias para que se compreendam os contextos e se possa vivenciar a autonomia e a capacidade de auto direcionamento.
Essa visão de educação pode ser pensada para uma escola, mas também pode ser aplicada a processos coletivos e para adultos. Abaixo, serão apresentados dois projetos que possibilitam uma vivência educacional da autonomia.
[Um projeto inusitado pode converter pessoas em árvores]
Projeto Âncora
Fundado em 1995 e oficializado escola em 2012, o Âncora tem como centro um antigo circo e é uma escola sem aulas, que usa a autonomia do aluno para se auto planejar e estudar como maneira de se desenvolver, não só na teoria mas também na prática. Hoje, já conta com Ensino Médio e atende alunos da região de Cotia, Osasco e São Paulo.
A escola é privada, mas gratuita aos alunos. Para sustentar o projeto e para multiplicar sua pedagogia, a escola oferece também imersões e visitas para professores e interessados.
[Projeto de cisterna para coletar água da chuva]
Seu Movimento
De acordo com sua própria fundadora, Bárbara, o “Seu Movimento é um trabalho de frentes diversificadas, que nasce do entendimento do corpo como meio basilar da existência social. Em outras palavras, podemos dizer que toda relação de caráter social passa fundamentalmente pelo corpo. Assim, se há um forte reflexo da sociedade em que vivemos nos nossos corpos, há também uma grande potência nas maneiras como esses corpos se comportam e se movimentam diante do mundo.
Procuramos construir uma existência mais pautada pela Autonomia, isto é, pela capacidade individual e coletiva de autogoverno, de liberdade, cooperação e colaboração - num caminho oposto ao da dependência e da exploração entre pessoas.”.
Atualmente, o seu movimento está oferecendo o curso Dança (e) Autonomia, em São Paulo.
Senti um cheirinho de Rudolf Steiner e sua Pedagogia Waldorf! Obrigada por compartilhar!