3 Dicas de como gerar menos lixo durante o período menstrual

período mesntrual

Você já parou para pensar na quantidade de absorventes descartáveis e tampões internos que são jogados no lixo a cada ciclo menstrual? Pois é… não somos ensinados a pensar sobre os efeitos que os nossos absorventes e tampões tem no meio ambiente. Muitas vezes também desconhecemos os efeitos que eles podem ter sobre nós. Por exemplo, você sabia que alguns tampões internos não são feitos de algodão, mas sim de plástico! Chocante, não? Por isso resolvemos listar três opções que estão disponíveis no Brasil e que podem te ajudar a ter uma menstruação rumo ao lixo zero.

1. Coletor Menstrual

coletor menstrual

O coletor menstrual é um copinho, fabricado em silicone medicinal, para uso intravaginal com a finalidade de coletar o sangue menstrual. Ele pode ser reutilizado a cada menstruação e por isto é uma alternativa saudável para o uso de absorventes descartáveis.

Por ser utilizado internamente, em uma posição mais baixa do que um absorvente interno, o coletor funciona como um recipiente do fluxo menstrual ao invés de absorvê-lo. É reutilizável e possui vida útil estimada entre 5 e 10 anos, quando recebe cuidados adequados. Algumas empresas dizem que a validade é indeterminada, então ficará a critério de cada pessoa o período para troca.

O custo inicial de um coletor (aproximadamente R$85) é maior do que o custo dos absorventes tradicionais, mas se pensarmos que o custo é dissolvido ao longo do tempo de uso, ele é mais econômico. Durante o período de 10 anos que o coletor menstrual pode ser utilizado deixam de ser descartados no meio ambiente mais de 2.400 absorventes (valor aproximado de R$1.500), o que faz com que o coletor menstrual seja uma opção mais econômica, quando a mulher consegue se adaptar com ele.

Com os coletores reutilizáveis, você pode ficar com a sua consciência ambiental limpa, pois apenas o fluxo menstrual é descartado, o que contribui para menor produção de lixo, uma vez que estima-se que ao longo da vida fértil uma mulher gera 150 Kg de lixo proveniente de absorventes descartáveis.

Alguma vez você já parou para ler os ingredientes do seu absorvente ou tampão interno descartável? Vale a pena verificar, pensando em termos ambientais e de saúde. Isso porque alguns absorventes descartáveis e tampões internos usam algodão alvejado, ou seja, utilizam produtos químicos para deixar o algodão branco, o que pode ser prejudicial ao meio ambiente e deixar traços de dioxina (um possível carcinógeno) no algodão, que podem ser absorvidos pelo corpo. Alguns tampões internos feitos são feitos de material sintético como o plástico (polyethylene) restringindo o fluxo de ar e aumentando o calor e a umidade, podendo promover o crescimento de fungos e bactérias na região vaginal.

Já os coletores menstruais, quando usados corretamente, não aumentam os riscos de infecção, como a Síndrome do Choque Tóxico (SCT), geralmente ligada ao uso de tampões tradicionais. Com relação aos quesitos de saúde, os coletores menstruais devem atender a Resolução da ANVISA Nº 142, de 17 de março de 2017, que dispõe sobre a regularização de produtos de higiene pessoal descartáveis.

Os coletores menstruais têm capacidade para um volume de fluxo muito maior do que os tampões ou absorventes, o que permite um uso mais prolongado mesmo entre mulheres com fluxo intenso. Existem diferentes tamanhos, que se adequam aos diferentes tipos de fluxo, para saber qual tamanho escolher você pode assistir esse vídeo explicativo.

Muitas mulheres relatam que tem dificuldades em se adaptar ao coletor menstrual, pois no início são necessários alguns ajustes  como:

  • aprender a colocá-lo direito, para que ele encaixe e recolha todo o fluxo menstrual sem escapar;
  • é preciso ter paciência para aprender a tirá-lo sem se machucar e também para cortar a haste, de forma que se adapte ao seu corpo;
  • é preciso um maior contato com o próprio corpo e com os fluidos gerados, algo que muitas vezes não é comum para as mulheres;
  • é preciso aprender a higienizá-lo e armazená-lo corretamente.

Mas os benefícios que ele proporciona e a redução do impacto ambiental são razões pelas quais vale a pena se esforçar no início até conseguir se adaptar.

Leia mais: 9 perguntas e respostas sobre o coletor menstrual

2. Absorventes reutilizáveis

absorvente de pano

Nos primeiros meses de uso do coletor menstrual é provável que você não consiga encaixá-lo direito e talvez possa vazar um pouco de fluxo menstrual. Para que você produza lixo zero durante esse período de adaptação e não suje a sua calcinha, você pode utilizar absorventes reutilizáveis. Eles também podem ser utilizados à noite, quando você não está usando o coletor menstrual ou em períodos não menstruais de excesso de secreção vaginal. Eles são saudáveis e respiráveis. Alguns modelos possuem camada externa 100% algodão ou camada externa em PUL, tecido impermeável e respirável. O “recheio” (camada intermediária) pode ter 2, 3 ou 4 camadas absorventes. A camada interna pode ser de suedine, um tecido de toque suave, muito resistente a manchas, de fácil lavagem e que mantém a pele suavemente seca, ou em algodão orgânico, um tecido de toque macio, 100% natural e ideal para peles sensíveis.

absrovente de pano

Existem algumas opções de tamanho, por exemplo, os absorventes mini medem cerca de 17 cm e são ideais para fluxos leves e para usar com o coletor menstrual. Os absorventes normais medem cerca de 21,5 cm e são ideais para fluxos moderados a intensos. Os absorventes noturnos medem cerca de 26 cm, contam com a parte traseira ligeiramente mais larga e são ideais para fluxos intensos.

Leia mais: Absorvente de pano: saudável, ecológico e econômico

3. Calcinhas absorventes 

calcinha absorvente

Uma terceira opção para gerar lixo zero durante o período menstrual são as calcinhas absorventes. Elas possuem camadas de tecidos que as tornam ao mesmo tempo absorventes, impermeáveis e respiráveis, capazes de segurar o fluxo menstrual. Os tecidos são finos e confortáveis, fazendo com que elas sejam iguais a uma calcinha comum. A imagem abaixo mostra as diferentes camadas.

calcinha absorvente

Leia mais: Ecologia feminina

De acordo com o fabricante, em dias de fluxo leve a moderado as calcinhas absorventes funcionam sem precisar de proteção adicional, e em dias de fluxo intenso elas atuam como segurança extra ao uso de absorventes e coletores menstruais. O vídeo abaixo mostra como funciona a calcinha absorvente.

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Sou paulistana e desde 2009 decidi me mudar para a ilha da Magia (Florianópolis, SC), pois sentia falta do contato com a natureza. Sou neta de italianos e aprendi desde pequena a gostar de mexer na terra e cuidar das plantas, quando ajudava meu pai com a hortinha dele. Sou bióloga MSc., educadora ambiental e aromaterapeuta. Adoro aprender e compartilhar assuntos que proporcionem uma vida em melhor harmonia consigo mesmo, com os outros seres e com o planeta.

www.natalieandreoli.com.br

2 opiniões sobre “3 Dicas de como gerar menos lixo durante o período menstrual

  • Reply Iza 4 abril, 2018 at 16:15

    Adorei este post, não tinha o menor conhecimento destas possibilidades no ciclo menstrual, obrigada!!!

    • Reply Natalie Andreoli 4 abril, 2018 at 18:03

      Que ótimo saber que adorou 🙂 Eu uso o coletor menstrual e os absorventes reutilizáveis desde 2011. Uma maravilha para o meio ambiente e para o meu bolso também 🙂 Espero que você consiga se adaptar 🙂