Quando o assunto é meditação muitos associam a prática ao relaxamento. Na mesma medida, logo surge a imagem de um local específico para tal prática, como por exemplo: uma montanha isolada, uma paisagem natural, um retiro fora dos centros urbanos com imagens inspiradoras e espirituais.
Aqueles que nunca meditaram ou pouco tiveram essa experiência, ainda sentem que a meditação somente pode ser praticada em templos, no silêncio ou num canto preparado especialmente para essa pausa especial.
Existe também a ideia de que meditação implica em uma retirada de si do espaço físico cotidiano e da anulação das tarefas diárias. Ficou enraizado que a meditação é fuga de questões pessoais para um não pensar em nada. Um desligar!
Ainda na trama que tece o significado de meditar, encontramos a associação de meditação com religião, ou seja: só meditam aqueles que pertencem a determinado grupo ou não meditam os que não possuem uma religião relacionada com a Índia. Parece um pensamento atrasado, mas tal ideia ainda permeia a proposta do meditar, em alguns casos.
Mudança no pensar – O movimento meditativo urbano
Diante de rotinas cada vez mais apertadas, exigentes e estressantes, muitos estão buscando colocar práticas simples e eficazes dentro da agenda sem que seja preciso esperar uma folga ou as férias para dar a si, o tão necessário e bonito presente do autoconhecimento e da paz.
Há um crescente “movimento meditativo urbano” tomando conta da rotina de muitas pessoas que começaram a despertar para a necessidade de transformar a si e, assim, garantir não apenas o cuidado da saúde mental, mas também a criação de rotinas saudáveis e leves.
Esse movimento chegou com força também nas empresas e até em algumas escolas, invadiu parque urbanos aos finais de semana e espaços culturais. O foco é garantir mentes mais organizadas e claras, resgatar a resiliência, tolerância, empatia e o exercício da autoconfiança, já que vivemos em uma sociedade carregada de síndromes, medos e julgamentos.
A constante exposição do cotidiano que amplia contatos, favorece com ferocidade o ataque às fragilidades alheias e isso tem criado uma energia densa no mundo que pressiona e aprisiona a identidade original de cada ser. Há uma inconsciência generalizada, mas o ponto bom disso, é que tal inconsciência não é irreversível. O despertar está emergindo e resgatando um a um, pouco a pouco. Cada um a seu tempo e na medida ideal.
A pressão e a inconsciência, trazem o ponto positivo do “despertar” genuíno, do autocuidado, da busca pelo que de fato importa: ser paz para ter paz, ser respeito para que haja respeito, ser amor para que flua, transborde amor, ser próspero nas ideias para que as ações tenham essa mesma qualidade, ser empático e tolerante para que o mundo atinja um pico de harmonia.
Em suma, estamos em obras e não precisamos nos desculpar tanto pelos transtornos. O silenciar amoroso seguido de cooperação, movido pela paciência e com atenção ao não julgamento bastam nesta fase de transição para que ninguém saia ferido!
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Encontrando o ponto pacífico para uma vida leve e um mundo de experiências positivas
Pela meditação se dá a largada para que encontremos o ponto pacífico e ajustador de toda frequência fora de sintonia que sentimos no cenário atual. A partir do entendimento de quem somos e da simplicidade como uma ferramenta para transformação, a mudança acontece de fato. Simplicidade aqui colocada como um estar aberto ao processo.
É o partir de um ponto que conduz a pontos de ajustes em todas as fases de autotransformação. Meditar favorece uma jornada interessante e meditar é agora um hábito que acontece naturalmente. Meditar é lembrar, portanto, mantendo a meditação como algo plenamente acessível, a distância entre o eu e a paz não existe. Não há mais fuga do conteúdo interno, mas um doce e restaurador encontro.
3 formas de meditar no cotidiano sem complicação
1. Antes de levantar faça uma pausa, ainda em casa, e relembre de quem você é: um ser pacífico por natureza e cheio de qualidades
Parece difícil? Mas não é. Pense que todos os papeis que desempenha no cotidiano são como cenas de um grande teatro em que você é o ator ou atriz. Não se trata de agir com falsidade, mas de agir sem se apegar a cargos, posições, status sociais. Responsabilidades são cumpridas sem que a essência se contamine com ansiedades, medos, raiva, excesso de controle, resultados, etc. Lembre-se que um ser livre, flui e não tem peso.
Exercício: Antes de levantar da cama, sente-se confortavelmente, mas não sem postura. Silencie e lembre-se de sua identidade original (eu, uma alma linda e cheia de paz ). Emane uma energia de positividade, seja para uma reunião que ainda vai acontecer ou para um encontro não tão agradável que precise ter, essa prática garante estabilidade e fomenta a confiança. O primeiro pensamento que se tem ao abrir os olhos é o que vai controlar o dia e garantir se este será ou não, um dia bom! Se veja limpo e com clareza. Semeie isso. Fique alguns minutos nesta energia e ai vá tomar seu banho desfrutando da ideia de que a água também limpa mais que o corpo, se adapta, contorna obstáculos.
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2. O fazer ações, porém em meditação e em conexão com uma fonte mais genuína e pura de energia, é fundamental!
Por exemplo: cortar legumes, preparar refeições, varrer a casa, lavar o banheiro, podar plantas, responder a um e mail do trabalho, participar de uma reunião e tantas outras funções, mas sempre a partir de uma postura observadora e desapegada (o que não significa desatenção e desinteresse, muito pelo contrário, há foco no momento presente. Há uma condição estabelecida de tranquilidade, há consciência das próprias qualidades, já existe paz) . Tarefas feitas desta forma, se tornam leves e fluidas. É como deixar as batalhas de lado para simplesmente ter as ações necessárias de um ponto de vista positivo. Neste movimento não há preocupação com sucesso ou fracasso e aí fica entendido que por meio de uma mente clara e através de uma vibração positiva, nada é fracasso, tudo é aprendizado. Nada é sucesso, pois continua sendo aprendizado. É uma educação do ego. Quando agimos com esse desapego saudável, não sentimos a pressão da rotina e nem ficamos ansiosos por resultados, o que nos garante inclusive, saúde.
Exercício: Quando for preparar seu café da manhã ou arrumar um guarda roupa, mantenha-se silencioso e na lembrança inicial do primeiro exercício. Perceba o desenho dos alimentos, a textura, se for um momento culinário. Seja grato e tenha pensamentos amorosos sobre cada mistura ou corte. Se for uma arrumação, perceba seus movimentos e desfrute. Quando arrumamos algo do lado de fora, estamos também permitindo que a energia circule. Considere o momento especial e que a organização também está acontecendo internamente! Se não for possível estar em silêncio ou só, faça numa atitude silenciosa o quanto puder e cooperativa com o outro. Sincronize as experiências. Tente inclusive notar talentos que possui e que nem dá tanta atenção. Faça o exercício de perceber somente o talento do outro, caso seja uma atividade de parceria. O pensamento crítico, se vier, deixe ir com o vento e diga mentalmente: não é necessário.
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3. O que há lá fora é resultado do que há por dentro
Quando entendemos que o mundo lá fora é um reflexo de nossos conteúdos internos, deixamos os julgamentos e críticas de lado. Criamos um cenário mundial através de pensamentos, vibrações, ações e hábitos. Podemos mudar isso com mais empatia, humor e uma boa dose do “orai e vigiai”, ou seja, autopercepção pura em cada momento.
Exercício: na rotina diária, diante das situações que nos chegam é preciso se perguntar: estou consciente de quem sou? Estou consciente de que o outro também é um ser ilimitado e com qualidades assim como eu? Qual é a qualidade dos meus pensamentos neste momento (negativos, inúteis, positivos)? Como cooperar nesta situação ainda que eu me sinta desconfortável e por que me sinto desconfortável? O que aprendi com tudo isso? A cada uma hora, lembrar de quem se é de verdade e do papel cooperativo que se exerce no espaço planetário pode trazer de volta a capacidade de ter uma rotina bem interessante. Antes de respostas reativas, que tal discernir? Silenciar? Ouvir de fato? Cada dia é uma oportunidade recheada de mensagens importantes, portanto, cada dia é uma aventura divertida e sagrada. Sempre que tiver algo importante a resolver, silencie e medite, nem que seja por alguns segundos. Refresque seu intelecto com a água da paz. Transforme a vez do outro de falar em sua vez de meditar.
Exercício extra*
Antes de dormir: Faça um cartão de controle ! Como foram suas emoções hoje? Deu tudo certo? Se manteve bem pela maior parte do dia? O que tem aprendido com essas praticas? Vá comparando depois o começo com o mais adiante se surpreenda com a mudança que vai perceber!
A certeza
Criar uma rotina meditativa não é difícil, mas exige disciplina. Garanta sua dose diária de bem estar em qualquer momento do dia e em qualquer lugar ! Faça tudo com consciência de ser uma alma. Um ser de paz e um ser próspero. Certamente que os resultados serão os melhores possíveis e a meditação não será mais um projeto em sua vida, mas um hábito natural.
Adorei o texto, obrigada Valeria por compartilhar seus conhecimentos!
Olá Larissa!
Eu quem agradeço sua presença aqui no Jardim!
Um abraço carinhoso,
Até logo.
Uma alegria !