Ao longo de nossa existência, criamos inúmeros hábitos. Bons hábitos ou maus hábitos… todos eles acabam fazendo parte de nosso dia a dia e passam até despercebidos, porque entram naquilo que chamamos de rotina.
Um hábito se cria a partir de um pensamento. Quando colocamos o pensamento em prática repetidas vezes, eis que um hábito se instala. A dinâmica é o pensar repetitivo e o fazer na sequência. Ocorre, que quando a ação vai ganhando mais repetições, o pensamento inicial que gerou a ação começa a ficar escondido. Quase sempre não sabemos e nem lembramos porque temos determinados hábitos ou como chegamos até eles. É aí que começa uma espécie de “batalha” para cessar um hábito ruim ou intensificar um hábito bom. Muitas vezes, queremos sobrepor um hábito com outro ou com uma grande quantidade de novidades, o que nos deixa exaustos, ansiosos e ainda mais inconscientes sobre a qualidade de nossos pensamentos e ações. Passamos a funcionar de modo automático.
Hábitos se tornam vícios. Hoje em dia é bem comum ver a gama de vícios que nos rodeiam: redes sociais, aplicativos, compras, comida, bebida, futebol, trabalho, discussões, guerras. Tudo isso nasce lá, em nossos pensamentos. Se pararmos para analisar a quantidade e a qualidade de nossos pensamentos e hábitos, logo vamos notar que há um excesso de vazios internos que buscamos preencher com coisas externas e temporárias.
Como chegamos a essa dinâmica nada amistosa de vida? Como permitimos tantas ações compulsivas que nos impedem de desfrutar do real conceito de liberdade, nos fazendo perder autoestima e criar dependências para atingir um estado pleno de felicidade e paz?
Todos nós sabemos bem, que para superar um hábito e para criar novos e bons hábitos, é preciso leveza, mas com profundidade. É preciso ir até a raiz daquilo que cresceu em nós, com honestidade, confiança e entusiasmo para gerar mudança.
Começando a jornada:
1. Conhece-te a ti mesmo
Quando conhecemos nossas crenças limitantes, sabemos porque determinados hábitos foram estabelecidos. Conheça a semente de tudo que cresce em ti e vai perceber que quando parar de regar algumas coisas, elas secarão. Para isso, silencie pelo menos duas vezes ao dia e fique com você. Se perceba, perceba o que incomoda, o que faz bem e o que faz mal. Mantenha uma atitude mental positiva e de transformação. A decisão de mudar, precisa ser encarada com ânimo e entusiasmo. Uma boa analogia é a sensação de chegar num grande parque de diversões e desfrutar das sensações que cada atração oferece. Muitos de nós temos medo de montanha russa, mas andamos pela adrenalina e no fim, levantamos os braços para sentir liberdade. Soltar o controle de fora e permitir a experiência interna, a entrega a um processo de autocuidado faz diferença. A mudança se dá através desta experiência.
Exercício: Liste aquilo que deseja mudar. Do outro lado, escreva o que favorece essa mudança (horários, dias, gestão sábia do tempo, pessoas que podem te ajudar, livros, atividades, etc.). Faça um mapa que te mostra a variedade de chances e possibilidades!
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2. Não procrastine
Muitas vezes, a ideia de abandonar um hábito que não faz bem, é colocada na pauta do pouco a pouco. Porém, se sabemos realmente que algo não nos faz bem, qual a razão de não determinar uma decisão e uma meta imediata para a mudança? Vale marcar data, horário e se engajar nisso. Evitando assim que a procrastinação venha visitar. Serão três dias, uma semana de desconforto, mas logo o desconforto desaparece e a sensação de força interna criará a motivação necessária para que a transformação rumo ao que faz bem, continue a acontecer. Não permitir que a mente encontre desculpas é a principal questão.
Exercício: Crie um diário! Compre um caderno para isso. Escreva a data e o horário de sua mudança de hábito. Na data, escreva uma carta encorajando a si mesmo. Ressalte seus potenciais, suas qualidades, seus valores mais elevados. Dê força a si mesmo. Medite sobre o que escreveu: silencie e veja tudo de positivo que traz consigo. Se algum pensamento sabotador chegar, deixe ele passar, mas não o empodere. Volte sua atenção a sua meta e as suas qualidades.
A cada uma hora, vale pausar um minutinho para lembrar de seu compromisso consigo mesmo. Sem censura ou punição. Apenas com a lembrança que o autocuidado é o que permite que sejamos cuidadores e felizes.
3. Use sua energia para a mudança interna
Todos nós somos seres repletos de paz, verdade, felicidade, amor e mesmo pureza. Sim, tudo isso faz parte de nossa originalidade. Estar consciente de que nada disso precisa ser buscado externamente, concede a força necessária para mudar e criar hábitos saudáveis. Quando sentimos que somos uma grande fonte de tudo que é bom, o trato com toda nossa ecologia interior ganha qualidade e preferência. Saímos da necessidade de aceitação e aprovação externa e começamos a fazer um excelente trabalho de dentro para fora. Logo, os efeitos são sentidos até nos ambientes que frequentamos.
Exercício: Meditações diárias – Ao acordar (mesmo que seja por 10 minutos, relembre de sua originalidade) e antes de dormir (repasse o dia e mesmo que algo não tenha saído como o planejado, seja grato. Tudo é aprendizado). Não esqueça de escrever em seu diário a quantas anda suas metas. Lembre-se: metas simples possuem por vezes, muita profundidade.
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4. Tenha uma visão positiva de você e do outro
“O que pensas de ti é mais importante que aquilo que pensam de ti …”
Lembre-se: pessoas projetam expectativas em nós e vice-versa. Essa projeção cria comparação e mal-estar. Permita aceitar-se e aceitar aos demais como são. Criar a ideia de que o outro mudará porque você quer, pode gerar frustração e raiva. Mantenha-se engajado no trabalho interno. Vai notar que quando você se aceita com respeito, o respeito ao outro é algo natural. Não se pede e simplesmente se dá. Esse trabalho atencioso de autocuidado para mudança de hábitos, quando está na direção correta, extingue a gama de exigências em direção ao alheio. Sentindo-se bem e de forma autônoma, o compartilhar de paz e positividade com o outro será genuíno e fácil. Não se apegue aos títulos, nomes e formas. Apenas flua na jornada e livre-se das armadilhas do ego.
Exercício: Sempre que surgir um pensamento de criticismo em direção ao outro ou a algum fato externo, relembre que assim como você, outros possuem as mesmas qualidades originais. Que todos nós, temos nossos enganos e ilusões. Faça uma busca de pontos positivos e de aprendizagem, sempre. Pense que cada qual vive uma história e tem uma história. Nem certa, nem errada. É uma história. Silencie e vá imaginando esse pensamento negativo e crítico se dissolver. Mande boas energias a quem ao que quer que seja e siga em frente. Ponto final. Não mastigue por horas um “alimento mental” indigesto. Cuide da imunidade da alma, do sistema imunológico não tangível, mas primordial: sua energia.
5. Disciplina, coragem, confiança
Mesmo que sinta os hábitos que incomodam irem embora, não saia de seu ponto de atenção e não tensão. Não perca o foco. Muitas vezes, quando se está no “quase” é quando há um relaxamento excessivo e eis que lá vem ela, a procrastinação que traz de novo, o tal hábito. Tenha certeza de que o hábito realmente se foi. Mantenha a disciplina e o compromisso consigo mesmo. Continue a se encorajar e a confiar em seus aspectos mais positivos. Geralmente aqui, começam os testes (risos). Cenas e situações surgirão com aquilo que está deixando sair de sua vida. Eis a importância da disciplina. Na vida tudo é tão preciso e perfeito que as provinhas aparecem, mas aparecem para fortalecer a nossa confiança e fé em nossas metas. E claro, para nos perguntar: Você está certo disso? Você confia em si? Responda que sim.
Exercício: Respire, respire e respire. Se conecte lá com suas qualidades! Faça uma nova carta para você, mostrando o quanto já caminhou e como está se sentindo. Congratulações! É isso. Se dê congratulações.
Com a casa interior organizada e com o dono da casa consciente, tudo fica mais fácil e os hábitos amplamente mais saudáveis e positivos.