Muito se critica a geração Y por não agir. É estagiário presunçoso para um lado, ativista de sofá para outro, e a lição final é que sabemos muito e fazemos pouco. Mas será que sabemos mesmo tanto assim e fazemos mesmo tão pouco assim?
É verdade que o acesso a informação é absurdamente maior para nossa geração do que para qualquer outra antes de nós, e ela está na palma de nossas mãos. Também é verdade que hoje podemos acessar quase qualquer pessoa no mundo com alguns cliques, aumentando muito nosso potencial de impacto. Ficamos sabendo rapidamente dos problemas do mundo todo, podemos chegar mais longe. MAS também é verdade que nunca houve tanto ruído, tanta cobrança. O tempo inteiro, para todo o lugar que olhamos, há informação, há barulho. E onde quer que estejamos, há cobrança.
Devemos ser mais bem sucedidos que nossos pais, mais bonitos, mais magros, mais ricos, mais voluntariosos, mais benevolentes. Devemos ser capazes de aprender mais e mais rápido, para passar em provas cada vez mais difíceis, para falarmos cada vez mais línguas, conhecermos cada vez mais do mundo, sem nunca nos esquecer de manter uma vida pessoal extremamente exposta e perfeita.
Mas sabe de uma coisa? Nunca seremos tudo que a sociedade quer que sejamos. E exigir tanto de nós é apenas parte de uma maneira de nos controlar. Pessoas inquietas e insatisfeitas trabalham mais e compram mais. É pegar o carro de manhã ao invés do ônibus ou bicicleta”porque merecemos depois desta semana cansativa”, o refrigerante que tomamos invés do suco “porque agora eu só quero relaxar”.
Teste: Qual é seu grau de conexão com a natureza interior e exterior?
A verdade é que a todos os momentos nós fazemos o melhor que podemos. É claro que devemos nos questionar, estudar, e que sempre é possível melhorar um pouco. Mas se em algum momento não estamos fazendo algo que gostaríamos, é porque naquele momento não pudemos. Nos é imposto um nível de cobrança que não considera que somos todos pessoas, com problemas, com sentimentos.
Agir no mundo requer equilíbrio. Como podemos criar ou impactar se por dentro nos falta algo? A mudança começa de dentro. E nem todos nascemos para ser mártir – eu arriscaria dizer que quase nenhum de nós, e que a beleza está exatamente em encontrar o equilíbrio, e não em abrir mão de quem somos.
É muito fácil e muito comum perceber o quanto podemos fazer para construir um mundo melhor e começar a enlouquecer em tudo que faremos ou que ainda não estamos fazendo. Mas o ingrediente principal para a transformação é que o transformador esteja em paz. E para estarmos em paz, precisamos nos perdoar e nos cobrar menos.
20 Frases que declaram o amor pela natureza
O primeiro passo para poder de alguma maneira impactar nosso entorno é nos mudando por dentro. E para isso, precisamos parar de nos cobrar tanto. Aprender a nos aceitar, nos amar, respeitar nossos sentimentos e nosso corpo. Veganismo, permacultura, sustentabilidade, são todos conceitos que partem da ideia radical de que o ser vivo é quem deve estar no centro das decisões, no centro de nossas atenções.
Sempre que nos sentirmos atordoados por cobranças, de terceiros ou de nós próprios, que começarmos a nos comparar com quem “na nossa idade já fez mais”, que nos culpemos por não fazer tudo o que queríamos, espero que tenhamos a força de parar, respirar e não pirar. Que o nosso equilíbrio interno possa transbordar, e não o contrário.
A vida pede um pouco mais de calma….
E ela não para, dada a impermanência…. Buda já falava disto há seculos atrás….. Estar consciente da impermanência da vida e saber lidar com ela de forma natural é a resposta….. Mas como?
Medite…. sempre….