Cinco lugares para conhecer de bicicleta em Niterói

Certa vez li em algum lugar que Niterói é um segredo que os cariocas não contam pra ninguém. A verdade é que nem os cariocas conhecem boa parte dos atrativos da cidade-irmã, distante 13km da capital, do lado outro da “poça”, a baía da Guanabara. Andar de bicicleta em Niterói é um prazer. Os niteroienses são felizes: curtem paisagens deslumbrantes todos os dias. Prepare sua magrela, pois listamos aqui cinco lugares para conhecer pedalando.

Com apoio da Ciclismo Urbano: Essencial para ciclistas da cidade

1. Caminho Niemeyer

O Caminho Niemeyer é um conjunto de criações do arquiteto mais famoso do Brasil e se estende do Centro até a Zona Sul da cidade, seguindo a orla da baía. Mas também conta com outros pontos de interesse turístico que não foram criados por Niemeyer (vou assinalar com *). O trajeto inicia na Praça Popular, localizada atrás do terminal de ônibus, que conta com quatro prédios: Centro de Atendimento ao Turista, Memorial Roberto Silveira, Fundação Oscar Niemeyer e Teatro Popular de Niterói. Seguindo na direção da Zona Sul, há a Praça JK, próxima à estação das barcas. À frente, já no bairro de São Domingos, está localizado o Centro do Cinema Brasileiro. Ao lado do Centro de Cinema está uma das entradas do campus Gragoatá da Uff*, que vale a visita por seus gramados à beira-mar. No quarteirão seguinte está a antiga estação Cantareira das barcas* e um Ciep. Vale lembrar que a criação arquitetônica dos cieps é assinada por Oscar Niemeyer. À frente o ciclista encontrará o pequeno Forte do Gragoatá* e a orla da Boa Viagem, com uma vista espetacular do Centro e parte da Zona Sul do Rio. Depois, vem a Ilha da Boa Viagem, com uma capela no alto do monte* e, por fim, o grande cartão-postal de Niterói: o Museu de Arte Contemporânea – MAC, que para alguns parece uma flor, para outros, um disco-voador.
Distância total: cerca de 4km. Nível fácil.

Museu de Arte Contemporânea de NiteróiMuseu de Arte Contemporânea de Niterói

2. Jurujuba

Jurujuba é um bairro localizado na pontinha do continente, bem na entrada da Baía de Guanabara. Por este motivo, abriga o Complexo dos Fortes, instalações militares que séculos atrás protegeram a baía de invasores franceses e holandeses. É um local formado por colônias de pescadores e até hoje a cultura da pesca faz parte do seu dia a dia. O trajeto para ir pedalando até lá é uma continuação do Caminho Niemeyer.
Após o MAC, o ciclista vai passar pela praia das Flechas, no Ingá, e pela famosa Pedra de Itapuca, um pouco antes da praia de Icaraí. Já no fim desta, seguirá pedalando pela Estrada Fróes, espremida entre a pedra e o mar, até chegar na praia de São Francisco. Ao fim desta, vem a praia de Charitas, e mais uma criação de Oscar Niemeyer: a estação hidroviária. Seguindo em frente, sempre beirando o mar, o ciclista chegará em Jurujuba. A conhecer: Complexo dos Fortes (em especial a Fortaleza de Santa Cruz), a orla de jurujuba e as praias de Adão e Eva.
Distância a partir da Praça Arariboia (estação das barcas), no Centro, até a Fortaleza de Santa Cruz: cerca de 15km. Nível fácil/médio devido à distância.

Fortaleza de Santa Cruz vista do Forte do PicoFortaleza de Santa Cruz vista do Forte do Pico

3. Pedal Sonoro

O terceiro tópico da lista não é bem um lugar, mas um evento. No fim de 2013 uma turma de ciclistas empolgados resolveu percorrer as ruas da cidade com uma caixa de som presa a uma bicicleta, ligada a uma bateria, tocando músicas. Nascia então o Pedal Sonoro. Atualmente, o evento é uma referência ciclística da cidade, reunindo dezenas de ciclistas a fim de pedalar e curtir boa música. Cada edição é dedicada a um gênero ou artista. Já teve Beatles, Clube da Esquina, Red Hot Chilli Peppers, Nirvana, Barão Vermelho, diversos artistas da MPB, Soul e Black Music… Enfim, é bem eclético e com muita qualidade. Enquanto escrevo, está marcada a próxima edição: Cássia Eller, com estreia do equipamento de som novo (já são duas bicicletas cargueiras e diversas caixas). O sucesso do movimento é tão grande que já ultrapassou os limites de Niterói: já foram realizadas edições em São Paulo (na inauguração da ciclovia da Av. Paulista) e Salvador, além de edições esporádicas no Rio. O evento se concentra no cicloponto da praia de Icaraí e o trajeto é decidido na hora, retornando depois à concentração. Ocorre duas vezes por mês, alternando terças à noite e sábados ao por do sol. Para saber mais, é só curtir a página do Pedal Sonoro no Facebook.

Ps. Bateu uma fome e uma sede após o Pedal Sonoro? Dá uma chegada no Cantinho da Batata, ali mesmo em Icaraí. Isto não é um jabá pago. É que além de ser um bar legal, é amigo dos ciclistas: tem estacionamento gratuito e seguro e dá 15% de desconto para quem chega lá pedalando.
Distância da Praça Arariboia ao cicloponto: cerca de 2,5km. Duração do passeio: cerca de duas horas. Nível fácil.

Concentração do Pedal Sonoro no cicloponto, em Icaraí. Crédito: Rom Jom

4. Mirante de Piratininga

Agora chegou o momento mais hard da lista. Este e o próximo tópico são pra quem já tem pernas para ir “logo ali”, pois são os locais mais distantes do centro da cidade.
O Mirante de Piratininga é uma pequena montanha localizada entre a praia de mesmo nome e a praia de Camboinhas, com uma terceira praia aos seus pés, a do Sossego. Pedalar até lá vale a pena: além da vista espetacular do mar, da praia e da lagoa de Piratininga, das praias de Camboinhas e Itaipu, e até das praias e montanhas da Zona Sul do Rio, ainda tem o por do sol, quando o astro-rei deita sobre as águas do Atlântico. Bastante poético, não? Não é à toa que muitos casais vão lá pra curtir a cena juntinho.
Para chegar até lá a partir do Centro, o trajeto é este: Centro – Icaraí – São Francisco. Pausa para uma informação importante: entre São Francisco (Zona Sul) e Piratininga (Região Oceânica), há uma serra. Não se assuste. Se não consegue subir pedalando, dá pra subir a pé. São apenas pouco mais de 2km. E lembre-se que após a subida, sempre vem a descida, que compensa tudo. Seguindo: descendo a serra já na Região Oceânica, vem o bairro do Cafubá e depois Piratininga. Por fim, a subida para o mirante é curta.
Distância a partir da Praça Arariboia: cerca de 16km. Nível médio/difícil.

Por do Sol + Bicicleta no Mirante de PiratiningaPor do Sol + Bicicleta no Mirante de Piratininga

5. Itacoatiara

Considerada por muitos a praia mais bonita da cidade, é certamente a mais preservada, espremida entre o morro das Andorinhas e o Costão, um grande e curioso bloco de pedra redondo e riscado (daí o nome Itacoatiara – pedra riscada). Recentemente recebeu o título de praia mais limpa do estado e foi citada pelo New York Times como um lugar imperdível. Reduto de surfistas, recebe campeonatos importantes de surf e bodyboard, além da visita de grandes astros do esporte. Quando o mar está baixo, quem curte é o pessoal do SUP. Pra quem não curte as ondas, no canto oposto ao do Costão há uma pequena faixa de areia sem ondas, entre as pedras, chamada de prainha. Para quem chega de bicicleta, no fim da praia, aos pés do Costão, há uma praça com paraciclos. Além de curtir a praia, o ciclista que tiver disposição pode subir o Costão. A trilha inicia-se na portaria do Parque Estadual da Serra da Tiririca, a duas quadras da praia. A vista é inigualável.
Distância a partir da Praça Arariboia: cerca de 20km. Nível médio/difícil.

A vista do Costão, ItacoatiaraA vista do Costão, Itacoatiara

Algumas dicas e informações:

Faça contato com os locais citados na lista, por site ou telefone. Pesquise os horários de funcionamento, as regras de visitação etc. Não nos responsabilizamos por mudanças.
Alguns trechos dos trajetos citados contam com ciclovias e ciclofaixas, porém, a maior parte não. Todos os caminhos são urbanos/asfaltados.
Niterói não conta com um sistema público de aluguel de bicicletas.
É possível embarcar gratuitamente com bicicleta nas barcas Rio-Niterói da linha Praça XV-Praça Arariboia. Consulte o site da Barcas SA para conferir os horários de funcionamento.
É proibido cruzar a Ponte Rio-Niterói de bicicleta. O único meio de fazer esse trajeto é pela barca.
Listei 5 lugares, mas Niterói tem mais a oferecer, como o Parque da Cidade, polos gastronômicos em Icaraí e São Francisco, praias do Sossego, Camboinhas e Itaipu, e o Caminho de Darwin, no Engenho do Mato.

Confira mais fotos:

Praça JKPraça JK

Praça PopularPraça Popular

Por do Sol na Fortaleza de Santa CruzPor do Sol na Fortaleza de Santa Cruz

A famosa bandeira do Pedal SonoroA famosa bandeira do Pedal Sonoro

Pedal Sonoro. Crédito Renato VasconcellosPedal Sonoro. Crédito Renato Vasconcellos

PS em SPPS em SP

Vista de PiratiningaVista de Piratininga

Praia de ItacoatiaraPraia de Itacoatiara

Prainha de ItacoatiaraPrainha de Itacoatiara

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Tem 34 anos, carioca do Cachambi, pai do pequeno Renzo e marido da Bu. Já brincou de ser e fazer muitas coisas, e aguarda novas experiências. Anda de bicicleta pelas ruas da Região Oceânica de Niterói. Sonha em viajar o mundo e mostrar ao filho que há coisas mais valiosas que “ser alguém na vida”.

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