Os microplásticos são definidos como pequenos pedaços de plástico, menores do que 5 mm de tamanho. Eles estão presentes de forma generalizada no ambiente natural e representam inúmeras ameaças ecológicas, como a redução do sucesso reprodutivo, o bloqueio dos tratos digestivos e a transferência de poluentes orgânicos para organismos que os comem, pois quando ingeridos por organismos marinhos podem passar através da cadeia alimentar. Embora os cientistas já tivessem encontrado vestígios de microplásticos no mar profundo, a pesquisa realizada pela SAMS – Scottish Association for Marine Science (Associação Escocesa de Ciências Marinhas) e publicada na revista Environmental Pollution, quantifica pela primeira vez a ingestão de microplásticos em invertebrados de profundidade.
O artigo científico publicado foi intitulado de “Poluição microplástica identificada em águas profundas e ingerida por invertebrados bentônicos na Rockall Trough, Oceano Atlântico Norte“. Foram coletadas amostras em macroinvertebrados bentônicos, ou seja, organismos aquáticos que habitam o fundo do mar, como caracóis e estrelas do mar. A coleta foi feita na região da Rockall Trough, no nordeste da Escócia e foram encontrados pequenos pedaços de plástico em 48% das amostras dos 66 animais analisados, que vivem em profundidades de mais de 2.200 metros.
A amostragem foi realizada em junho de 2016 durante o cruzeiro anual de pesquisa Extended Ellett Line. Apesar da localização remota, as fibras microplásticas foram identificadas em águas profundas a uma concentração de 70,8 partículas m−3, comparável àquelas nas águas superficiais.
A SAMS disse que uma série de plásticos foram identificados, como o polietileno, utilizado para fazer sacolas de plástico e presente também em alguns cosméticos, como cremes dentais e esfoliantes. O poliéster foi o plástico mais abundante identificado, principalmente sob a forma de fibras microscópicas. Os pesquisadores disseram que, embora não fosse possível determinar a sua origem, esta substância é amplamente utilizada na confecção de roupas e podem chegar ao mar por exemplo através das águas residuais das máquinas de lavar roupa.
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“Mais de 660 espécies marinhas em todo o mundo estão documentadas como sendo afetadas por plásticos.”, disse a autora principal do estudo, Winnie Courtene-Jones.
e complementou dizendo que “há muita evidência de microplásticos em águas costeiras, mas pouco se sabe sobre a extensão da poluição por plástico no oceano mais profundo. O mar profundo é a maior, mas também a parte menos explorada do planeta e pode ser o destino final para os plásticos. Mais trabalho é necessário no ambiente oceânico para entender o destino a longo prazo dos plásticos neste ambiente”.
Fonte: BBC News
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