Será que é possível viver sem dinheiro neste mundo consumista onde tudo (ou quase tudo) parece ter um preço?
Não parece possível que alguém viva sem dinheiro . “Isso é impossível” dirá o leitor mais cético. O certo é que Mark Boyle , economista e antigo empresário, vive há três anos ” sem ver a cor do dinheiro .”
Foi uma opção. Uma muito bem estudada. Dia 29 de Novembro de 2008, Mark Boyle virou as costas aos hábitos da vida dos nossos dias e embarcou numa viagem comandada pela auto-suficiência, pelas trocas diretas, pelo banheiro ecológico e por um mundo de iguarias sazonais onde até a solidão foi (recentemente) trocada pela companhia de quem partilha o mesmo estilo de vida. Ao estilo “amor e uma caravana”, Boyle vive em um sítio em Bristol, Inglaterra, sem tocar num tostão.
Porquê sem dinheiro?
“O dinheiro é um pouco como o amor. Passamos toda a nossa vida atrás dele, contudo, apenas alguns de nós compreendem o que ele é realmente”. É nestes termos que Boyle justifica a sua opção. E responde depois à questão que se impõe imediatamente: é difícil?
“Percorrer o caminho de uma vida sem dinheiro é como percorrer uma floresta virgem no meio da noite, sem lanterna. Não fazemos ideia do que está à nossa frente ou o quanto devemos caminhar. Todavia caminhamos. Inevitavelmente, tropeçamos, caímos, mas levantamo-nos de novo.” escreve Boyle em “O Homem sem grana “. Segundo o autor, o livro “é um esboço do mapa da floresta. A vida sem dinheiro é uma aventura. E, tal como qualquer aventura, é preciso, de tempos a tempos, deixar o mapa de lado e ver onde o caminho vai dar”, diz ele.
Fundador do Freeconomy, movimento que ajuda as pessoas a relacionarem-se nas comunidades locais através do simples ato de partilha, Boyle tem cada vez mais seguidores por todo o mundo e confessa que “nunca foi tão feliz”.
Mark Boyle não nega que sente falta de algumas coisas que o mundo do dinheiro lhe proporcionava. “Ir até a um ‘pub'” é algo de que este Irlandês sente falta!”
Pensamentos Finais
“Estamos num ponto crucial da história. Não podemos ter carros velozes, computadores do tamanho de cartões de crédito e outros aparelhos modernos e em simultâneo dispor de ar puro, florestas abundantes, água potável fresca e um clima estável. Esta geração pode ter uma coisa ou outra, mas não ambas. A humanidade tem de fazer uma escolha. Ambas têm um preço. Parafernália ou natureza? Se se fizer a escolha errada, a próxima geração pode vir a não ter escolha”, lê-se no livro de Boyle .
Mark Boyle , fundador da Freeconomy e autor de “O homem sem grana “, consome o que produz e o que consegue “trocar”. Licenciado em Economia, este antigo pretende inspirar cada vez mais jovens como você e eu.
Ouça a palestra que Mark Boyle deu, em inglês, na sua passagem pelo TED Porto, em Portugal.
Fonte: The Guardian
Jardim do mundo
Boa sorte