5 formas de simplificar o cotidiano (transformando preocupação em cuidado)

preocupação

O cotidiano nos pede pressa, as respostas exigem certa rapidez e as conexões estão mais virtuais do que nunca. Tratamos todos os assuntos com a energia de perguntas e respostas imediatas. Há um transbordar de ansiedade e inquietação atravessando as avenidas, envolvendo os diálogos em reuniões. Até o cafezinho com o amigo ganhou o título de terapia, em alguns casos. Quase tudo ganhou densidade.

A propagação da cultura do medo é resultado dessa ideia excessiva de preocupação em tempo integral.

As notícias nos trazem sempre o lembrete de que precisamos “nos preocupar” com algo. Aderimos a esse pedido como algo normal e cultural. Compartilhamos muitos conteúdos na vida, porque nos preocupamos demais. O interessante nisso, é que acreditamos que se trata de propagar “utilidades públicas”.

Preocupar-se virou sinônimo de proatividade, de gestão, de controle e até é confundido com cuidado. Isso mesmo!

Uma certa confusão, no ar!

Cuidar não é se preocupar. Preocupação não é cuidado. Um se opõe ao outro com muita, muita profundidade, embora não pareça.

Cuidar é um ato amoroso e que envolve uma boa dose de desprendimento, leveza, confiança e desapego. Cuidar é se dedicar, mas permitindo que a situação ou a pessoa, traga suas experiências, seja o que é e mostre seu potencial. Quando movemos a energia do cuidar, criamos uma dinâmica sustentável para ambos os lados e é aí, que verdadeiramente cooperamos, que transformamos. Cuidar é gerar facilidade.

Quando cuidamos de algo, somos como os tutores desse algo, mas nunca donos. Aliás, se tem algo que não somos, é donos de algo. Vivemos essa ilusão, porque assim como a preocupação, ter posse também se tornou um hábito cultural.

Diante disso, confundimos as ações. Agregamos a ideia de ordem ao que na verdade é desgaste. Preocupação é desgaste de energia e tempo. Tudo segue um ritmo preciso na teia da vida e o nosso agir sobre situações com esse entendimento de “soltar” e agir com mais leveza, nos tira da dinâmica: acordar para se estressar e nos coloca na pauta: despertar para transformar.

Quantas vezes aquilo que achávamos ter dado errado nos deu exatamente o que precisávamos? A resposta veio, o ajuste veio e com isso se estabeleceu a tranquilidade e o aprendizado.

O segredo? O uso da energia da facilidade, da aceitação e o entendimento de que fluidez e realização também vem de presença leve e muitas vezes flexível.

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Aplicando as 5 formas de simplificar o cotidiano

1. Primeiro identifique se você faz parte do grupo dos preocupados através de pausas diárias. Como? Perceba-se! Respire e reflita. Busque alguns minutos de silêncio entre as atividades e as coloque na frente como um grande jogo. Não se envolva, por alguns minutos, nos próprios assuntos. Então note se:

  • Há ansiedade física? Coração sempre acelerado, respiração descontrolada, tensões musculares, movimentos inquietos.
  • Reações excessivamente emotivas – Reagir e não pensar. Reação e não ação. A ideia de que não consegue entender, resolver. O famoso andar em círculos?
  • Muitos pensamentos críticos, obsessivos sobre algo, postura radical que mais afasta que agrega. Muita análise até sobre coisas simples. Um simples bate papo vira sessão de terapia. A ideia de que sempre o visceral é o melhor (lembre-se que para ir ao visceral é necessária uma cirurgia e até uma autopsia) nem sempre é sinônimo de sabedoria.
  • Mania de vigilância e controle. Muito apego, tanto por algo material, quanto pelas próprias relações e funções. Apego até pela ideia que tem de si. Há o medo de perder ou a necessidade de comparação.

2. Sempre que identificar alguns dos sinais acima, trabalhe neles com leveza. Não se puna, não se critique, não se sabote. Pelo contrário, acolha-se! Encontrar o ponto e a partir desse ponto, criar pensamentos flexíveis e positivos sobre a questão identificada, transforma a ideia de preocupação em autocuidado. Um hábito sempre começa na mente. Mudando internamente o olhar, o lado de fora também se ajusta. Desfrutar de um processo de autocuidado é premissa básica para se cuidar de algo. Seja o que for, afinal, não podemos doar o que não temos.

3. Crie uma hora para cuidar do que foi descoberto. Entre com uma ação e não com reclamações. Opte por meditação, caminhada descontraída, culinária para trabalhar e melhorar habilidades, artesanato (trabalhos manuais auxiliam nos processos de autocura), busque ajuda de terapeutas, escreva, aprenda a tocar um instrumento, cuide de uma horta ou jardim, faça trabalho voluntário. Tudo isso mantém a mente concentrada e sem autocríticas. É o fluir que acontece nestas atividades, é o sentar para aprender sobre si e sobre o que está no entorno. Com isso, pouco a pouco a ideia de se ter controle sobre algo além de si, vai embora. Eis uma nuance de liberdade.

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4. Simplifique ações diárias: verifique o que é prioridade. Certifique-se de que as prioridades e as urgências são de fato, importantes. Muitas vezes, há muito barulho por nada e naquilo que há ausência de barulho, por vezes há a necessidade de uma atenção mais prioritária e amorosa. A ideia de complicar e burocratizar coisas simples nos trouxe mais tensão e menos atenção. É preciso desapegar de ideias, rotinas, manias e padrões mentais, se o objetivo for realmente uma vida mais sustentável e saudável.

5. Ria de si mesmo. Ridicularize as preocupações sem fundamento. Há um estudo que nos conta, que mais da metade daquilo que imaginamos sobre um fato, sobre algo ou alguém, nem existe! Portanto, se podes criar ideias trágicas, podes criar finais felizes. A energia é a mesma. Seja leve e releve, já diz um jargão. Não é irresponsabilidade enxergar as questões na postura de uma criança, que a tudo aprende. Eis a verdadeira atitude de mestre.

Pratique essas cincos dicas e perceba como seu dia a dia pode começar a ficar mais leve e sem tanto estresse e preocupação.

Val é de Santos, gosta do nascer e do entardecer alaranjado que o céu do litoral concede quase todo dia! Pedagoga, apaixonada por projetos sociais e por movimentos que incluam o uso de todo potencial criativo, ou seja, toda ideia é uma semente cheia de valores.

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