A natureza tem muito a nos dizer sobre os segredos da vida

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Já ouvimos que a arte imita a vida diversas vezes. Já ouvimos inclusive, que sempre colhemos aquilo que semeamos, que plantamos. Outra fala comum e interessante é: Tal hábito está enraizado. Observem que nossas ações, desde o pensar, funcionam em sistemas de ciclos. É impossível não vivenciar o poder natural de nossos movimentos, de nossas escolhas.

É por isso, que de todas as frases famosas, uma chama minha atenção atualmente e com grande, grande força:

“A sabedoria da natureza é tal que não produz nada de supérfluo ou inútil. – Nicolau Copérnico.”

Pensando na citação, se toda nossa existência e atuação no planeta se dá por um movimento cíclico que vai desde um momento cheio de força, passando por transformações e adaptação, aprendizado e finalmente desgaste, por qual razão eu não prestaria mais atenção em meu ato inicial em qualquer coisa que eu venha a decidir? Por qual razão eu não cuidaria de meu “ato semente”?

Posso olhar o que me cerca desde o casulo da lagarta que vira borboleta e tem vida breve e aprender com isso. Posso visualizar as linhas de uma folha e entender muita coisa sobre caminhos que partem de um ponto inicial. Posso sentar à sombra de uma árvore centenária e notar quão forte ela é e o quanto ela tem ramificações e que são as ramificações que concedem sombra. Todo o meio que me cerca, desde a flor mais sutil ao vento mais poderoso, tem algo a me ensinar, tem algo a me dizer (claro, se eu estiver disposta a ouvir !).

A frase faz emergir uma energia sustentável incrível e uma reflexão: estamos produzindo coisas úteis, ações úteis, profundas e transformadoras ou estamos criando apenas excessos em tudo? Lixo em grande quantidade? Isso vale para nossa produção mais interna de pensamentos e padrões mentais até hábitos e itens materiais.

Outra pergunta que essa frase nos dá de presente é: Você está conectado com sua ecologia interior ao mesmo tempo que observa, vive e compartilha do planeta ou está apenas vivendo sem existir, de fato?

Pode parecer uma “vã filosofia”, papo de maluco, para alguns … mas, em tempos de muito ego e pouco eco, é preciso voltar a esse silêncio interno que nos dá a localização exata de nossa energia. Podemos estar em vida através de uma energia renovável e sustentável em tudo que fazemos ou podemos estar em pleno solo seco e árido, cansados e sedentos, sem mesmo nos dar conta. Uma outra opção é: podemos estar começando um movimento devastador de tudo que é livre, bom e belo. O forte dessa terceira opção, é que muitas vezes nós somos um dos que colocam combustível na máquina do ego que a tudo e todos destrói. E nem atentamos a isto!

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A semente, a raiz e o fruto

A semente traz força! É dela que muitas árvores imensas surgiram. É na semente, inclusive, que está a qualidade e o sabor do fruto que provamos. Uma semente pode criar raízes poderosas e mesmo fortíssimas. Na semente se tem impresso o formato e o desenho da folha, o tipo de flor.

Tanta coisa existe num pequeno recipiente natural.

Conosco é a mesma coisa. Tanta coisa e quase tudo, nasce dentro de nós, nas sementes, que são os nossos pensamentos ou na semente que o ser em si, pode se considerar sendo: se somos parte de uma diversidade, somos como sementes de uma árvore de humanidade imensa!  Uma bonita floresta, é bonita, justamente por sua diversidade, por sua variedade de jeitos e formas e se entendemos que somos parte desse ciclo, fica claro que o que está enraizado de bom e ruim na atualidade também começou em nós. Fica evidente que o sabor que estamos agora, provando, existe primeiro em nós.

É por isso que aprender com a natureza é re-significar toda a existência, se auto resgatar, cuidar. Quando há esse toque sutil de perceber o quanto somos conectados , há então, profundidade, responsabilidade, empatia. É o voltar da atenção para a força da semente que transforma e que torna o mundo,, um lugar melhor.

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Viver nas pontas dos galhos é viver sem força

Se ficarmos pendurados nas pontas dos galhos, que certamente são mais frágeis e leves, vamos balançar. Há vento, há chuva e muitas, muitas tempestades. O que também é natural.

Sentar na ponta do galho, escolher o lugar mais alto, pode dar sim uma visão linda, uma sensação de estar acima de tudo e todos e também pode isolar. A altura tem disso… Ao mesmo tempo que nos dá a sensação de liberdade e ilusão de poder, nos dá certas doses de esquecimento, nos dá certa dose de solidão, exclusão .

É comum que os galhos mais altos quebrem com mais facilidade. Estão mais expostos. É comum serem secos por um sol muito forte ou mesmo pela falta de nutrição adequada. Parar de regar a raiz pode ser bem nocivo. Façam o experimento!

Quando resolvemos descer um pouco e nos sentar em roda sob a sombra da árvore, notem: Quase sempre fazemos isso próximos da raiz . Sabem o motivo? É porque a memória da força semente reside por ali, nunca a deixamos. É assim que nos sentimos bem,  nos sentimos cheios de vitalidade, neste momento de resgate.

Uma descida pode ser uma boa opção para recuperar o ânimo e entender nosso verdadeiro propósito no mundo e não necessariamente perda, diminuição.

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Produzir o útil é atuar como a natureza

Tudo que a natureza oferece vira algo, se transforma e é útil, certamente. Se assim, como a natureza, nosso processo existencial seguir a mesma regra, reduziremos as demandas negativas nos mais diversos aspectos da vida. Do intangível ao tangível.

Para tal, é preciso sair da caixa cinzenta, da manobra cinzenta que nos oferecem diariamente através da falsa ideia de que precisamos sempre chegar a alguma ponta do galho para então sermos “importantes”.

Importantes somos todos, mas precisamos entender o motivo de nossa importância e não competir por mais doses dela.

Um existir sustentável é antes um existir com os pés no chão. De preferência na terra e descalços… Descalços enxergamos os motivos reais dos desníveis, as pedras, as texturas, se tá quente demais, se tá úmido, se escorrega, se machuca, inclusive. Quando pisamos o mesmo solo que o outro com nossos pés, saberemos … ah… saberemos! Saberemos o que de fato acontece e certamente mudaremos nossa dinâmica existencial.

Vamos começar ?

Val é de Santos, gosta do nascer e do entardecer alaranjado que o céu do litoral concede quase todo dia! Pedagoga, apaixonada por projetos sociais e por movimentos que incluam o uso de todo potencial criativo, ou seja, toda ideia é uma semente cheia de valores.

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2 opiniões sobre “A natureza tem muito a nos dizer sobre os segredos da vida

  • Reply Lucília Fernandes 9 outubro, 2018 at 16:59

    Tanta sabedoria!! E poder e amor! Para mim, todos estes atributos refletem a personalidade de Jeová Deus, como a Biblía regista.

  • Reply Amabi Niehuesi 28 novembro, 2018 at 8:43

    Sinta-se abraçada Val. Muito obrigada por essas palavras, é sempre um prazer ler seus posts! ❤