A Trilogia Zeitgeist

A sociedade vive como se não houvesse mais nada ao seu redor além da simplicidade de suas vidas sem propósito. Completamente alienados sobre suas verdadeiras origens e sobre o seu verdadeiro potencial, controlados por um sistema que impõe a verdade, e aquele que ousar duvidar, é ridicularizado e excluído. A verdade, para a maioria, é o que se lê nos jornais ou se assiste nos telejornais. Mas essa, em grande parte, é uma verdade fabricada e repassada por outros, servindo quase sempre a propósitos alheios, ou seja, ela apresenta apenas uma perspectiva, a perspectiva que eles querem que você tenha.

Este é o primeiro filme de 3 lançados. É o mais polêmico porque fala sobre Jesus. Por isso quero deixar claro para algumas pessoas que eu não concordo plenamente com o conceito que ele tem sobre Jesus, a história é muito mais complicada do que isso, mas ainda assim ele fala sobre o mesmo com um propósito, que é mostrar como os nossos “governantes” conseguem manipular os fatos, modificando as histórias para cumprirem suas agendas desejadas, aos religiosos, tentem focar na idéia que ele quer passar, mais do que o assunto em si.

O mecanismo de Zeitgeist na verdade é muito simples. Basta pegar o básico do mundo atual e suas formas de gerência e controle, que muita gente vive em seu cotidiano e mesmo assim ignora sua funcionalidade e jogar outros pontos de vista em cima, fornecendo material para tirarmos nossas próprias conclusões. O que vivemos como realidade imposta na verdade pode ser uma ilusão muito bem tramada e existem várias formas de interpretação. Em outras palavras, Zeitgeist faz um convite para a reflexão a partir de novas ideias e mostra os níveis e escalas da manipulação das massas, com fatos em sua maioria irrefutáveis, pois são recheados de exemplos práticos.

O título do filme não poderia ser mais apropriado ao que se propõe. Zeitgeist é uma palavra de origem alemã que quer dizer “espírito da era”, ou seja, é um termo para expressar o avanço intelectual e cultura de uma sociedade em um determinado período de sua existência.
Como é o primeiro filme de uma trilogia, Peter Joseph ainda não havia encontrado um ritmo apropriado para seus tópicos e muitos assuntos podem soar contundentes, mas de qualquer maneira é uma experiência imperdível. Se achar maçante e cansativo, tente continuar assistindo pois certamente o saldo final será super positivo e muitas informações serão chocantes e reveladoras. E lembre-se, a intenção de Peter J. não é fazer todos mudarem de opinião e passar a acreditar no que ele expõe, mas sim fornecer pontos de vista para nos libertarmos dos grilhões do poder.

Com a grande repercussão de Zeitgeist (o filme foi visto por mais de 50 milhões no Google Vídeos, sem contar diferentes formatos de distribuição) Peter J. encontrou incentivo e energia para produzir uma continuação, chamada de Zeitgeist: Addendum. Lançado em 2008 o filme discute temas recorrentes na sociedade mundial, como a globalização, poder de instituições financeiras e degradação moral e material da humanidade.

A hora do lançamento de Zeitgeist Addendum não podia ser mais apropriada. O mercado financeiro dos Estados Unidos havia quase se deteriorado, perto de causar um colapso na economia mundial. E o filme mostra justamente esse sistema financeiro falido, que explora a mão-de-obra trabalhadora que perdeu toda sua economia para tal sistema. Outro ponto amplamente discutido sobre Addendum é o Projeto Vênus, que sugere uma sociedade livre, sem trabalho, leis, onde máquinas fazem tudo por você.

Muitos apontam o paralelo entre o filme e o socialismo de Karl Marx, mas devemos lembrar mais uma vez que não se trata de fazer quem assiste engolir uma “nova verdade” e sim determinar novas ideias para fatos que contam com apenas uma perspectiva. Novamente é instigante e joga novas luzes na ordem mundial. Assista e tire suas próprias conclusões.