Este é um filme baseado num livro de mesmo título, cujo autor é Maurice Sendak, porém o livro e o filme começam a se diferenciar quando Max, o protagonista da história, desobedece sua mãe. No livro, escrito para crianças, ele vai pro quarto e imagina um mundo onde ele pode fazer o que quiser. e no filme, não tão indicado para crianças, ele foge para a rua e encontra uma canoa num rio que o leva para uma ilha onde ele é rei. Os dois falam de assuntos diferentes: no livro, Max percebe que não adianta estar num lugar em que não é amado de verdade. Já no filme, … Bom, vamos para a sinopse e depois veremos o que Max descobre.
Max (Max Records), um menino em uma fase não tão fácil, está confuso e assustado por se sentir sozinho e com medo de perder o amor e a atenção de sua mãe. Então, tudo o que ele faz é para chamar a atenção, para que não se sinta tão esquecido e solitário. Mas, em uma noite, ao ver a mãe (Catherine Keener) dando atenção a um amigo, a confusão de Max chega ao limite e, então, ele a desobedece e numa atitude desesperada foge de casa.
Daí em diante tudo acontece na imaginação dele, ou não.
Vestido de lobo e correndo, ele chega numa mata. Ao adentrar nela encontra um rio e ali segue de barco até uma ilha longe de tudo. Nela ele se depara com um grupo de monstros. Max se diz rei deles e a partir dali ele é o responsável por manter a felicidade dos novos amigos. Para isso ele cria uma brincadeira após a outra mantendo-os sempre ocupados. Mas esse clima de paz não dura muito.
Mais que um filme para crianças, é um filme que questiona onde vivem os monstros de cada um e até onde é possível a convivência com eles. É um filme que de início pode parecer monótono ou mesmo chato e confuso, mas fica claro, com o decorrer das cenas, o que há por trás de sua história e dos simbolismos representados pelos monstros e pela ilha em si.
A ilha, os monstros, tudo é uma alusão ao que está se passando dentro de Max.
A ilha é sua cabeça, lá ele encontra os monstros causadores da sua confusão. Podemos perceber isso quando ele chega à ilha e encontra os monstros no meio de um desentendimento. E ainda temos mais, cada mostro é a representação de uma personalidade do garoto. Dentre eles temos KW que é a representação do amor materno de Max, Carol é o lado egoísta do menino e os outros representam a agressividade, a carência, a criatividade e amizade, a melancolia e o companheirismo, cada um com seu adjetivo.
E nessa convivência, com os seus monstros internos, é que ele começa a compreender os seus sentimentos. Max vê Carol se sentindo traído e ignorado por não ter a total atenção e o total amor de KW. E é isso que Max sente pela mãe. Só então, ao ver isso e ao compreender que KW pode amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo sem ter que escolher um ou outro, é que Max acalma seu maior causador da confusão interna.
Em uma das cenas, Max é quase devorado por Carol. O que representa que se não conseguirmos dominar nossos sentimentos, nossas personalidades e viver em harmonia somos devorados por elas.
Foi preciso que o menino fosse até a ilha onde habitavam seus monstros para vê-los mais de perto e ajudá-los a viver em paz novamente. E, às vezes, nós precisamos fazer isso. Parar e conversar de perto com nossos monstros e ajudá-los a viver em harmonia. Não podemos simplesmente tentar eliminá-los, pois eles sempre estarão conosco. Temos que diminuí-los de tamanho e se preciso domesticá-los para que não nos deixemos ser devorados por eles.
E você? Onde vivem seus monstros? Eles estão vivendo em paz?
Trailer do filme:
Título: Onde vivem os monstros
Ano de estreia: 2010
Diretor: Spike Jonze
País: EUA
Assisti esse filme ontem depois de ler aqui no site de vocês, realmente é tocante, delicado e maravilhoso! Gostei muito! Obrigado pela indicação!
Ficamos felizes que tenha gostado do filme!