Você já pensou alguma vez em mudar o rumo da sua vida?
Já acordou angustiado, ou inquieto, mirando-se no espelho do banheiro, com ar questionador de quem deseja profundamente compreender o porquê de, mesmo insatisfeito com certas atitudes, não promover uma mudança substancial na sua existência?
Já se questionou por que não consegue alterar determinados padrões de pensamento?
Você percebe que certos relacionamentos são pesados, sofridos e ainda assim não se sente capaz de interrompê-los?
Muitas vezes ao longo da vida nos deparamos com a necessidade de transformar nossa história, seja através de pequenas ou grandes ações.
O impulso para uma transformação pessoal pode surgir por acontecimentos dos mais diversos. Uma discussão com o(a) companheiro(a), o descontentamento com a forma física, o desejo por não estar só ou apenas uma música ouvida no trajeto rumo ao enfadonho trabalho, tudo isso pode ‘acionar um botão interno’ e nos impulsionar à transformação.
Porém, querer, sem ação não é poder, e nem sempre é tão fácil agir de acordo com nossos pensamentos.
É comum enxergarmos uma urgência por renovação, pronunciarmos que mudaremos, e a partir daí vermos o barco seguir como de costume, tendo então aquela sôfrega vontade transformada em intenção vazia.
E por que é tão difícil promover uma mudança em nossas vidas?
Por que mesmo sendo necessário, mudar incomoda, mudar dói.
A inércia é uma condição que nos protege, e está intimamente relacionada aos instintos de defesa do ser humano, embora pareça tão contraditório.
Onde estamos e como somos atualmente nos gera o benefício da segurança, de estarmos em solo conhecido, e qualquer atitude para a alteração desse estado é assimilada com resistência por nós mesmos, ainda que de maneira inconsciente.
Situações nas quais mudanças se fazem necessárias são percebidas com estranheza pelo indivíduo, que ao se deparar com o desconhecido é tomado por medo, sentimento que gera ações e reações de resistência, como forma de protegê-lo de um provável sofrimento.
Trata-se de um mecanismo interno de preservação que, em busca de nos proteger, cria estratégias próprias para a manutenção da vida como está, e com o passar do tempo até atitudes prejudiciais como comer em excesso, fumar ou manter uma rotina de sedentarismo, podem ser consideradas normais, e parte da personalidade do indivíduo.
Devemos considerar ainda que, ao longo da existência, adquirimos e construímos crenças de como devemos ser, de como devemos agir, do que é certo, do que é errado, do que é bom, do que é ruim.
Essas crenças, na grande maioria das vezes, são obsoletas e limitadoras, pois tornam mais difícil agir de forma diferente à visão que temos do mundo e de nós mesmos.
Uma pessoa rotulada de procrastinadora sente-se, e vê-se, como tal, não compreendendo as razões de sua conduta, e sequer cogitando que pode muito bem tornar-se diligente, se assim o pretender.
O ser humano é dos seres mais adaptáveis que existem sobre a terra, o que nos dá a certeza de que transformações pessoais, conscientes, são sempre possíveis.
Algumas ações podem ajudar bastante qualquer pessoa a alterar o que lhe incomoda, como ter claros os objetivos dessa busca, planejar os passos e as estratégias a serem utilizados para promover a tão sonhada transformação.
Trata-se realmente da elaboração de um plano estratégico para conseguir o que desejamos.
A conscientização das perdas e dos benefícios conseguidos através da mudança também é uma atitude que pode ser tomada, e que nos motiva a seguir em frente, mesmo naqueles momentos de falta de esperança.
Se a nossa condição financeira atual nos encerra em uma vida de privações e dificuldades, o que é melhor: permanecer trabalhando acomodados no emprego atual ou iniciar a busca por uma nova atividade, ou nova fonte de renda?
Toda mudança só pode ocorrer quando os benefícios se tornam mais atrativos que o incômodo gerado pelo processo, e por isso mesmo devemos nos lembrar constantemente do porquê de estarmos nessa estrada.
A conscientização sobre a necessidade de agir e pensar de forma diferente é essencial, bem como o planejamento e a automotivação, mas a ação é o que possibilita a materialização de qualquer vontade.
Mesmo que nos cause desconforto, mesmo que nos cause estranhamento, mesmo que nos cause dor, quando sentimos anseio por transformação é necessário agir, pois tudo que não muda, perece.