Casal atravessa a Europa Ocidental em motorhome movido a biodiesel caseiro

Saímos de Portugal bastante cedo, o sol reanimando a terra e desfazendo o sereno da madrugada, despertava nossos olhos e corpos, enchendo nossas ideias sobre a aventura que nos aguardava: de Coimbra a Berlim em quase 4.000 quilômetros a bordo no nosso escritório itinerante movido a biodiesel caseiro e muita vontade de conhecer os tantos destinos e pessoas que fazem do continente europeu um lugar seguramente imperdível para qualquer viajante.

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Não contávamos com muito dinheiro para essa conquista, de maneira que percorrer tantos países, provando um pouquinho da cultura local, pode significar generosas quantias de tempo e dinheiro para alguns. Contávamos com a experiência que acumulávamos ao longo dos anos de viagens, esperando contornar as adversidades com o mínimo dinheiro possível e nos reservando o direito de sofrer com o acaso, que sempre traz mais tempero para aquele que acha ter o controle da situação.

Como conhecíamos boa parte dos destinos que ficavam em nosso caminho entre Coimbra e a fronteira da Espanha,  dentre eles a bela e imponente Serra da Estrela, percorremos Portugal de oeste a leste no mesmo dia e assim, depois de 250 km,  já alcançávamos a Espanha para então, já a noitinha, encostarmos em uma pequena vila chamada Albuquerque para a nossa primeira noite na estrada. Na primeira, de muitas outras estacionadas semelhante, estas totalmente aleatórias, paramos ao pé do que no dia seguinte descobrimos ser um castelo mouro de aproximadamente 1300 anos atrás. Cultura, aliás, que nos acompanhou ao longo de toda nossa rota entre essa pequena vila e a famosa e fatídica cidade de Granada, distante uns 450 km dali. Em Albuquerque tivemos a oportunidade de provar as deliciosas olivas que marcam nosso caminho nessa região fronteiriça e campesina, de oliveiras e cabras montanhesas. Não resistimos e, durante o passeio, colhemos algumas olivas negras para nossa própria conserva caseira, enquanto aproveitávamos o agradável clima que nos dava as boas vindas. Seguindo para o sul da Espanha, mais precisamente Sevilha e devidamente reabastecidos com nossa mistura especial de 35 % de óleo vegetal reutilizado X 65% diesel (eventualmente utilizaríamos uma mistura de, até, 50/50, porém o clima frio de fevereiro promove uma maior densidade dessa mistura), nosso carro rodava tranquilo e pacientemente pela estrada. Silencioso e com respostas rápidas, nosso lépido meio de locomoção, ao qual convenientemente chamamos de casa, ainda não exibia as marcas que ficariam gravadas em sua alva branquidão redundante. 

Em um lanche rápido a beira da rodovia, decidimos por uma ligeira mudança de rumo com ventos suaves a nós impulsionar para Córdoba, próxima a Sevilha mas sensivelmente mais dentro da rota do nosso destino final, rota essa que se moldava em nossas mentes a medida que avançávamos no desconhecido.

Córdoba é bastante famosa por possuir as marcas da convivência multicultural em suas ruas milenares.  Assim como muitas outras cidades do país, lá, durante muitos séculos, conviveram os antecedentes culturais dos espanhóis, nomeadamente judeus, cristãos e muçulmanos, dividindo o dia-a-dia, assim como deveriam coexistir estas mesmas culturas, ainda em conflito na atualidade. Definitivamente Córdoba foi um dos grandes momentos de nossa viagem. Enquanto nos deslumbrávamos com tantas histórias de um passado agitado, ainda sobrava algum tempo para realizarmos antigos sonhos como participar de uma feira medieval que, mais uma vez por acaso, estava acontecendo durante nossa estada em Córdoba. Voluntariamente perdidos no tempo e no espaço, nossa imaginações reencenavam histórias e personagens. Foi entre as ruas estreitas dessa cidade que o famoso explorador Cristóvão Colombo passou seus últimos dias e foi entre as paredes dos castelos que nos cercavam, que os reis da Espanha planejavam guerras e acordos com os califas que dominaram e colonizaram o sul em um dos maiores impérios da antiguidade.

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Tudo a nossa volta trazia as provas desta mistura multicultural; a música, culinária, trajes e costumes. Tanta história e beleza iluminava nosso sorriso, e mesmo Coco mostrava sua excitação e alegria com boa disposição para longas caminhadas, que também se faziam necessárias para esticar as pernas dormentes de horas de direção. Mesmo quando deixamos a cidade e as maravilhosas paisagens que dominavam o horizonte e imploravam atenção, ainda sentíamos a euforia de mais um dia de viagem transcorrido na maior perfeição e harmonia. 

Feira Medieval de Córdoba

Já se somavam quase 3 dias de viagem e estávamos ganhando mais terreno, quando penetramos na imediações de Granada, um último reduto muçulmano antes de sua expulsão pelas espadas dos reis católicos. Tudo eram expectativas sobre o que nos aguardava nesta cidade impregnada de cultura e mistérios. Havíamos passado a noite em um vilarejo, que, assim como todos outros em nosso caminho, possuía vestigios de fortes e castelos com muitos séculos de idade. Ignoramos todos eles para, na manhã do quarto dia, entrarmos em Granada; e assim aconteceu:

Entramos na cidade aproximadamente as 9:30 da manhã. Chovia levemente e a cidade estava acordando para mais um dia, em um grande movimento de carros a nossa volta. Avançávamos a cada sinal verde para pararmos novamente na próxima esquina e assim iamos adentrando mais em direção do centro da cidade. Em um dos sinais verdes, dentre conversas sobre nossa vida “road walking”, seguíamos a velocidade moderada quando fomos surpreendidos por uma infeliz sucessão de fatos. Acompanhando o movimento da pista da direita, que seguia livremente, não  vimos a tempo de parar o sinal fechado da outra esquina que havia formado uma fila enorme de carros em que colidimos depois de um curto intervalo entre a desgraça de bater em três carros e um arrastar de pneus molhados. Nós, e os ocupantes dos outros três carros, levamos algo como 2 minutos a perceber o que se passára. E qual foi a enchurrada de pensamentos que nos vinham a cabeça e provavelmente a dos desafortunados envolvidos, enquanto um deles fazia questão de mostrar seu desagrado entre gritos e dasaforos dirigidos a nossa paquidérmica casa.

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O que seria de nossa viagem? Poderíamos continuar dali? E estes três carros de espanhóis surpreendidos e danados por tamanho infortúnio?

Acuados pela situação, sobrou para a simpática policia espanhola resolver a parada. Para nosso posterior alivio, os policiais negociaram junto dos outros envolvidos uma saída cômoda para todos. Os carros na Europa, devidamente legalizados, são cobertos por um seguro obrigatório que providência guincho em caso de problemas mecânicos e danos a terceiros, sendo que, de comum acordo, cada veículo seria responsável pelo veículo imediatamente a frente. No final, todos ficaram com seus carros segurados, menos o nosso próprio, que, embora ainda funcionasse, estava com sérios danos a serem corrigidos antes de seguirmos nosso caminho. Com a cara amaçada e sem engatar a quarta, quinta e a marcha-ré, ligamos novamente o motor, ainda tremendo e despedindo-nos dos policiais, para então planejarmos nosso próximo passo.

Rapidamente precisávamos arranjar alguem que solucionasse, caso ainda fosse possível, o problema nas marchas de nossa casa. Ainda nos recuperávamos quando começamos a procurar alguém para nos ajudar. Encontramos uma pequena oficina em que um mecânico camarada nos transmitiu as instruções para chegarmos a uma grande oficina especializada em veículos maiores. Depois de ser esnobada nesta grande e arrogante oficina, levamos nossa máquina ao mesmo mecânico que então se ofereceu para nos ajudar com um diagnóstico.

Depois de um tempo e muitas martelada e engenhosidade para destorcer o metal que impedia os movimentos das marchas, nosso carro voltava a funcionar integralmente e o mecânico, simpático a nossa viagem, não cobrou nada por algo que uma grande oficina não faria por menos de 100 euros. Tanto as luzes de sinal, faróis e motor, estavam funcionando na perfeição e o incidente ficava apenas evidente no sorriso sacana das pessoas que passavam por nós e viam as evidências do acontecido na lataria amassada.

Carro consertado, não podíamos nos furtar de relaxar em uma visita a esta cidade que, com toda certeza, foi uma caixinha de surpresas para nós. Suando frio no trânsito das 6 da tarde, procuramos um lugar para descansarmos, e encontramos este lugar em um estacionamento clandestino onde haviam outros viajantes. Um deles, viajando por fazendas de Portugal e Espanha com uma Mitsubishi L300 como a nossa, nos passou informações interessantes, inclusive sobre nosso destino final, Berlim. Ele comentou vagamente que existia uma praça no centro de Berlim onde poderíamos estacionar nossa caravana pois o lugar fora ocupado por alemães e cidadãos do mundo que montaram acampamento lá e desde de então transformam a paisagem do lugar, onde mais tarde pudemos confirmar, é um reduto radicalmente alternativo da cidade.

As vistas de Granada são absolutamente deslumbrantes e suas encostas abrigam um grandioso castelo mouro, assim como cavernas habitadas a séculos por ciganos que adicionaram a fusão da mistura espanhola elementos importantes, em um estandarte cultural que se tornou a dança flamenca.Os sinais do duro golpe que foi o acidente ainda era perceptíveis em nosso comportamento moderado e nossa voz trêmula.

Ser um viajante não é fácil. Depois de se ver envolvido em um acidente durante a jornada tudo pode ser bastante tenso. Nossa caravana seguia, mas os ânimos haviam arrefecido e uma energia cinza nos seguiu durante um tempo. Nestes momentos tem-se de arranjar tempo para os problemas e os desgastes tanto do nosso equipamento quanto dos nossos nervos.

Saímos de Granada durante a noite e  depois de um desgastante abastecimento de emergência, resolvemos estacionar em um posto de gasolina na rodovia, com esperanças de um banho que já se fazia necessário depois das longas caminhadas. Pela manhã, depois de mais um banho negado por 5 dias por um funcionario atarefado do posto, nosso cavalo branco, abaixo dos 3º C que congelavam a paisagem montanhosa, teimava em não pegar até a bateria esgotar-se em tentativas. Um dedo machucado e algumas empurradas depois, um simpático senhor espanhol nos ajudou com um cabo de bateria e enfim colocamos o pé na estrada novamente. Atribuímos o evento a porcentagem de óleo vegetal elevada demais para o frio e a altitude onde nós encontrávamos.

Granada, Espanha

Abastecemos novamente para diluir a mistura e continuamos rumo a Valência. Tínhamos uma carta na manga para o caso de ficarmos sem bateria em um lugar isolado. Podíamos conectar o painel solar (que abastece a bateria da casa) a bateria do motor e esperar algumas horas com o carro no sol. É um conforto saber que podemos contar com a ajuda das pessoas ao longo do caminho. São elas que tornam isso possível. Seguíamos novamente nossa rota, que então cruzava o maior deserto da Europa, o deserto de Tabernas, lugar onde foram filmadas grandes obras da sétima arte como “Por um punhado de dólares” e “O bom, o mau, e o feio” com Clint Estwood. Paramos para admirar a cena, que encanta particularmente pela aridez e relevo, tirar algumas fotos e logo voltar para a casa, rodar mais um pouco e almoçar.

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Deserto de Tabernas, Espanha – cenário de filmes do velho-oeste

Logo que entramos no carro e nós pusemos em marcha, um leve cheiro de queimado, que vinha de fora e entrava pela ventilação, levantou uma questão para Lara e na altura estranha para mim:

– Será que meu computador não está pegando fogo?

Essa estranha pergunta, não totalmente despropositada já que o inversor de potência (que carregava o computador) 12v/220w poderia queimar se não for bem ventilado; essa questão meio-besta, meio-séria, foi o suficiente para gerar um pequeno atrito que se uniria a tensão da situação inflamando-se em uma discução entre o casal, ali mesmo, na estrada… Depois de muito estress, ainda tínhamos de arranjar tempo para nós encontrarmos em sintonia novamente para que tudo voltasse a correr bem. Por incrível que pareça e por mais controversa a situação, com muito tato fomos reencontrando o melhor de nossos parceiros de viagem em uma conversa mais calma e afinada.

Em sintonia

Em sintonia

Nossos risos voltaram a encher a boleia que ressoava mais uma vez com nossas gargalhadas e um bom som de uma estação de rádio espanhola Rock FM… De fato um quinto elemento importante enquanto cruzávamos montanhas e desertos nas carreteiras da Espanha… Mas as emoções desse país, que encontrávamos a cada virada de esquina, ainda estavam apenas começando quando nos aproximávamos de Barcelona, no outro extremo de nossa entrada no país.

Enquanto nos aproximávamos, nossas bases foram literalmente sacudidas quando passamos por sérios apuros durante uma ventania, que sussurrava por entre as frestas e fendas seu desejo de nos derrubar. Durante uma hora, ou 30 longos minutos, fomos jogados de um lado a outro de uma pista lotada de possantes caminhões que faziam dobrar a turbulência ao cruzar ou ultrapassar nossa velha e sôfrega caravana. Rodando a 60km/h nós sentíamos a ultrapassar a velocidade do som entre um terremoto violento. Mas quem não ouviu aquele velho ditado “depois da tempestade sempre vem a bonança”

***

Com as costas coladas no acento e as mãos suando nervosamente agarradas ao volante ainda foram capazes de nos conduzir até Barcelona, e para nossa grande surpresa, entre nossas escolhas aleatórias de estacionamento baseadas em um mapa com vista aérea, demos a sorte de fazer do nosso quintal o palco das famosas olimpíadas de 92, os jogos que marcam um novo momento na história do mundo com a reunião do oriente com o ocidente. Barcelona por si só é uma pérola, brilhante por sua história e sua beleza e este legado apenas somavam ao encantador cenário que se oferecia para nós.

Montjuic – Barcelona

Do topo do Montjuic exploramos Barcelona com os olhos para depois percorrer suas ruas mais uma vez em nossas vidas de viajantes.  Ali, nesta cidade que a algum tempo atrás percorríamos de bicicleta, nos encontrávamos novamente para desfrutar de um dos mais interessantes roteiros turísticos do mundo. Com uma arquitetura única, particularmente influenciadas pelas mãos do grande arquiteto Gaudí, que marca pelo seu flerte com elementos da natureza e seus padrões, em uma fusão de tirar o fôlego. E mais uma vez Barcelona foi um grande espetáculo, desta vez um pouco mais curto pois ja estávamos ansiosos por conhecer o sul da França. Imaginem vocês que, em apenas alguma centena de quilômetros, já havíamos travado contato com tão diferentes costumes e até mesmo diversas línguas. Vivenciando tantos momentos peculiares, as mudanças de ambientes se tornaram uma espécie de sede que só poderia ser saciada com mais quilômetros como estes.

Partimos mais uma vez e em nosso caminho, nada mais nada menos que a cidade natal de Salvador Dali, o excêntrico mestre da pintura surrealista e logo a fronteira entre a Espanha e a França e assim uma marcante mudança de paisagem onde tudo ganhou um maior caráter invernal e assim como as paisagens mudam pela janela de nossa casa também mudaram-se os sistemas de nossa vida nômade.

Estávamos com pouca água potável e foi duro encontrar uma torneira para realimentar o depósito. Enfim encontramos assim como percebemos que na França tudo tem um lugar onde deve-se estar, de maneira que tínhamos de estar atentos aos lugares onde podíamos e não podíamos estacionar. Ao longo do caminho decidimos que deveríamos conhecer algum lugar bem característico do sul da França e nossa escolha foi Aix-en-Provence, famosa por seus campos de lavanda floridos e seus românticos castelos e histórias.

Foi lá onde demos um tempo da estrada para provar as delícias do país como o pão, o queijo e o famoso vinho francês, certamente uma experiência que você deve ter ao visitar o sul. Reenergizados, partimos mais uma vez para desta vez então parar, de comum acordo, somente quando avistássemos a primeira montanha nevada e logo ao passarmos por elas chegamos a Vienne, uma cidade famosa pela bela paisagem formada pelo rio Le Rhône, elegida para formar uma importante formação do império romano que deixou registros como casas e prédios históricos com mais de 2000 anos. Em seu teatro e templo ao imperador augusto pudemos nos sentir a dar os mesmos passos repetidos por milhões de pessoas ao longo destes milhares de anos e sentir o mundo na planta de nossos pés.

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Foi também nesta cidade onde, em uma noite fria e chuvosa, nosso gás, que alimenta o aquecimento e o fogão do nosso lar, terminou e nos deixou com um problema a resolver… O padrão das garrafas muda de acordo com os países, de modo que seria necessário um ajuste na mangueira do gás e na troca das garrafas, algo que tem um custo e uma adaptação que deveria ser feita mais uma vez assim que nosso gás acabasse na Alemanha (que também tem seu próprio sistema de garrafas). Decidimos que continuaríamos sem aquecimento (em um frio suportável) e comendo mais saladas do que nunca.

Já transcorrido algum tempo, percebemos que uma ligação do sistema de exaustão do motor com o silenciador havia se perdido e nosso rocknroll teve de abafar o ronco forte e impávido do motor 2.5l. Nada que um par de parafusos não resolvessem e nessa altura já contornávamos as curvas de um rio na Alsácia e logo nós vimos adentrando na Alemanha.

Viajando intensamente por dias, sentíamos que precisávamos de algum tempo na internet para atualizar os jardineiros do mundo sobre nossa aventura e quem sabe arranjar o banho que não tomávamos por pelo menos 7 dias. Encontramos isso tudo antes de entrarmos na Alemanha e inconvenientemente foi essa a ultima vez que conseguíamos um acesso WiFi, já que dentro da Alemanha, quando encontrávamos um acesso WiFi livre, esbarrávamos em um cadastro obrigatório onde era preciso um número de telefone alemão e um endereço que ainda não tínhamos.

Já estávamos de sobre aviso de que aqui na Alemanha, o controle sobre determinados conteúdos são rastreáveis e uma consequência imediata é de que aqui você tem de ter cuidado ao baixar arquivos da internet que tenham direitos de propriedade alheio, principalmente ao usar torrents pois configura utilização e distribuição de propriedade intelectual. Existem diversos relatos de brasileiros pegos desprevenidos por intimações judiciais endereçadas a portadores do IP onde foi baixado o arquivo em questão.

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Enfim, já a bastante tempo na estrada, sem aquecimento nem fogão, depois de conhecer algumas pequenas cidades em busca de um contato mais íntimo com a cultura germânica e de um delicioso passeio por entre as trilhas da sombria Floresta Negra, um poética extensão de bosques e florestas que inspiram histórias como o clássico do terror moderno “A bruxa de Blair”, definitivamente um filme capaz de dar arrepios a quem ainda não assistiu, resolvemos seguir mais determinados em direção a Berlim, assumindo que teríamos tempo o suficiente para os destinos que ficaram pelo nosso caminho, tais como Weimar, cidade onde viveu o poeta e filósofo Goethe, a cidade de Leipzig, a floresta e montanhas da Turíngia, que se mostrou para nós com suas faces cobertas de gelo e imponentes pinheiros, assim como as pequenas jóias locais, vilas e povoados que, com firmeza afirmamos serem os mais delicados e cheios de história e beleza nessa viagem que ficará marcada para sempre em nossos corações.

A direita da calçada, uma esquina florida avisa que adiante, penetramos na história do mundo e das pessoas simples dali. Dois viajantes, duas figuras vagas em um retrato que não aconteceu, fizeram parte da comunhão desse lugar ao sentir no espírito a certeza de estar no lugar onde se deveria estar.

 

 

A vida é um acontecimento extraordinário para ser passado sem um propósito, aqui queremos inspirar a mudança, a conexão com os ciclos da natureza, o resgate dos saberes ancestrais e manuais. Vamos juntos por esse caminho descobrindo que tudo que precisamos já está em nós mesmos.

jardimdomundo.com

5 opiniões sobre “Casal atravessa a Europa Ocidental em motorhome movido a biodiesel caseiro

  • Reply Sandra Nabuco 16 março, 2014 at 22:49

    Adoro tudo o que vocês escrevem! Obrigada por dividir momentos tão lindos com todas nós! Parabéns! Luz, paz, saúde e sorte, sempre!!!
    Com carinho,
    Sandra Nabuco
    ***beijinhos especiais na Coco

  • Reply Paula Buceli 8 abril, 2015 at 11:16

    O site de vocês é muito bom e me inspira a cada dia a buscar uma vida nova: aquela que eu sinto dentro de mim!
    Muito obrigada

  • Reply Denise Ferreira da Costa Cruz 23 abril, 2015 at 14:42

    Boa tarde, gostaria de saber se vocês tem nacionalidade européia para poderem circulare por ai. Beijos

    • Reply Jardim do Mundo 24 abril, 2015 at 5:12

      Ola Denise,
      Somos brasileiros, mas contamos também com a cidadania alemã, o que nos permite circular livremente pela Europa.

  • Reply Gilmar Leite 17 maio, 2015 at 9:30

    Que fantástico viver assim. Que inveja!