Foi estudando para um concurso público que Aline despertou para a cozinha alternativa e a alimentação saudável
Assim decidiu mudar para uma vida simples e criar o projeto Panelas de Capim em um despertar para a culinária responsável.
Pra quem não sabe, o Jardim do Mundo é também uma iniciativa que procura repartir tudo de mais interessante, atual e diferente em termos de estilo de vida, e quando falamos estilo de vida, falamos de sustentabilidade e transição entre a cultura do mercado e a da responsabilidade com a natureza. São tantas as histórias espalhadas por aí, de pessoas que através do seu interesse e inclinação, despertam nos outros também curiosidade por novas possibilidades de vida simples. Aline foi um foi uma destas propostas adoráveis que topamos, diferente, criativa e que vem em forma de um exemplo e solução para inspirar do mais sonhador ao mais pé no chão dos jardineiros do mundo.
Sua história por suas próprias palavras é encantadora e você acompanha agora, na entrevista desta semana! Não deixe de acessar o Panelas de Capim
Aline sobre Aline:
Meu nome é Aline Almeida Chaves. Carioca de urbano nascimento, roceira por opção. Educadora de coração! Minha função na natureza? Pesquisadora dos ciclos alimentares e alquimista de vegetais vivos (nomenclatura elegante de agricultora e fazedora de comida boa em uma cozinha que não cozinha nada).
Há 5 anos, moro com meu companheiro em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Reserva Bom Retiro no distrito de Aldeia Velha, Casimiro de Abreu-RJ. Entre a roça e a cru-zinha, tem sementes germinando e brotos espalhados por toda a varandinha.
Desde criança achava incrível a possibilidade de ter florestas dentro de mim… (a flora intestinal). Aliás, foi por isso que parei de comer chocolate e beber refrigerantes aos 12 anos. Na páscoa, ganhava frutas embaladas em papel celofane! rs Virei vegetariana aos 14 anos, o que causava estranhamento à minha convencional família que não entendia minhas reflexões e questionamentos.
A minha vida fala sobre mudança de caminho. Aos 16 anos entrei na faculdade de Direito. Me formei aos 21. Estudei para o concurso de Procuradora da República durante mais 5 anos da minha vida…
[Conheça o casal que largou a vida na cidade grande para ser autossuficiente]
Em 2007, decidi morar sozinha para conseguir me concentrar mais nos estudos. Pensei: “não vou cozinhar nada. Se comer tudo cru, terei mais tempo para estudar. Vou comer alimento vivo! Foi assim que comecei a germinar sementes para consumo diário.” rs
Quando as sementes entraram na cena.
Meus valores, prioridades e escolhas mudaram de ponta cabeça!!! Eu sentia a vida me chamando do lado de fora… Foi um chamado muito forte. Passei 1 ano sem conseguir ficar trancada em sala fechada. Eu queria era o ar puro! Sentir meu corpo se movimentar no vento, tomar banho de chuva grossa. Meu corpo vivia uma re-evolução interna e silenciosa. Senti a reprogramação das minhas células em conexão com uma sabedoria ancestral indescritível. Uma perspicácia intuitiva acompanhada de uma serenidade e uma vontade de acordar cedo e viver: inexplicável. Um corpo alcalino é livre! Muita disposição, força física, alegria de viver…
[Aprenda a produzir grãos germinados e brotos]
A última vez que tentei comer comida cozida foi em 2008. Eu cuspi, porque a acidez machucou a minha boca. Desde então, sempre carrego minhas sementes germinando… Quando saio na rua faço jejum, como frutas ou preparo comida na beira da praia, clareira de floresta ou em mesa de pracinha do interior. Depende da inspiração, tudo é uma Festa!
Aprofundei meus conhecimentos através da convivência com Maria Luiza Branco Nogueira da Silva, idealizadora do Projeto Terrapia-ENSP-Fiocruz, onde fui colaboradora por 5 anos.
Meu desjejum diário é suco de clorofila com folhas selvagens comestíveis. Almoço vegetais crus em maravilhosa combinação com sementes germinadas e brotos. Tudo diferente todos os dias, porque aprecio inventar minha própria comida. Amo transformar meu alimento no sol: pizzas, biscoitos, panquecas, bolos, pães, broas etc. Não tenho geladeira, porque considero um aprendizado comer comida fresca. Não tomo remédio, porque não adoeço. Aliás, nunca mais fiquei doente!!! Há mais de 5 anos que não fico nem resfriada.
Sempre fui considerada diferente. Nunca me incomodei com isso. Considero a escolha de hábitos (alimentares, sociais, laborais) como a capacidade oportuna que cada um possui para cuidar de si mesmo, de assumir responsabilidade pela própria história e o principal: ser feliz a seu modo, inspirando mini-revoluções na vida de quem passa por perto.
Panelas de Capim:
Inicialmente, o Blog Panelas de Capim foi criado para facilitar a publicação de 7 anos das minhas próprias pesquisas com alimentação viva e estilo de vida simples.
Viver o estilo de vida agroecológico com a Alimentação Viva… em comunhão com a floresta atlântica: é possível!!! A intenção do Blog é dizer isso às pessoas através do encantamento, da beleza e da simplicidade na comunicação. Em breve, divulgaremos também nossos cursos, oficinas, vivências e imersões na natureza (não vejo a hora de isso tornar-se possível).
Nosso objetivo é estimular mudanças em estilos de vida para que possamos re-generar as florestas internas e externas à cada um de nós.
[Confira o guia de agricultura orgânica para iniciantes]
O nome Panelas de Capim é uma metáfora que simboliza florestas suprimidas em busca de re-generação.
O capim representa o primeiro estágio de regeneração na sucessão ecológica naturais de espécies… Quando surge o capim, significa que a vida está se organizando espontaneamente em direção à criação de ecossistemas mais complexos: florestas.
Se compreendermos nós e o ambiente como um só corpo, perceberemos que os padrões de organização da natureza ressoam de forma universal.
Panelas de Capim: chamado da re-conexão para trazer a floresta para dentro e para fora de nós!
Para isso, pretendemos divulgar o estilo de vida agroecológico com a Alimentação Viva. Com a agroecologia, aprendemos a observar e interagir com a terra para transformar paisagens degradadas em sistemas agroflorestais e jardins comestíveis. Passamos a nos relacionar com o ambiente e praticar a arte de produção da vida.
Com o Alimento Vivo, germinamos sementes, produzimos brotos, convivemos com texturas, paladares, sabores, cheiros. Aprendemos a ouvir o corpo. Regeneramos nossas florestas internas… Aquietamos a mente. Reduzimos necessidades e consumos. Aprendemos a apreciar a simplicidade. Florescemos nossa espiritualidade, sintonizando paz interior.
A partir desta realidade, utilizamos os ciclos alimentares como mediadores no despertar das consciências para a Rede de Energias Vivas da qual somos parte. Nos relacionamos com os alimentos através da arte de produção da vida, por meio de uma agricultura e culinária intuitivas que valorizam campos de energia sutil.
Desse modo, trocamos a postura de dominadores para agentes de cooperação com as forças vivas que regem a terra. Ficamos conscientes do nosso relacionamento interdependente e interdimensional na Grande Teia da Vida. Quando despertamos nossa confiança no fluxo da vida, adquirimos um diálogo sensível e amoroso com os espaços e situações, o que nos devolve a sensação de pertencimento e Unidade com a sabedoria que rege o corpo eterno da natureza.
Doce encanto e viável, real!!! Lindo!
Agradecendo por esse texto, onde encontrei verdades.
Para mim isto é muito empolgador, não vou utilizar meu sonho e sim, meu desejo. Ainda terei que esperar muitos anos, pois, infelizmente, ainda necessito do que o mundo capitalista oferece.
Lembrando que Aldeia Velha fica no Município de SILVA JARDIM!
Gratos pelo lembrete Igor.
Abraço
Olá, Igor!
Aqui é a Aline do texto aí de cima! Venho só para esclarecer uma curiosidade…
Aldeia Velha é uma localidade que fica na divisa dos Municípios de Caismiro de Abreu e Silva Jardim – RJ.
A Reserva onde moramos, chamada RPPN Reserva Bom Retiro, é cortada pelo Rio Aldeia Velha que faz a divisa entre os dois municípios.
Nós vivemos do outro lado do Rio… em Casimiro de Abreu. rs
Então, o nosso endereço é meio dúbio assim mesmo… A conta de luz é Casimiro de Abreu e a conta de telefone é Silva Jardim. Por aí vai!
Diariamente, atravessamos os dois municípios no nosso quintal, bastando passar pela ponte que fica na entrada da Reserva!
Venha nos visitar algum dia!
Felicidades e Paz!
Aline boa tarde eu e meu namorada somos vegetarianos a 3 anos , gostariamos de conhecer onde vcs moram sera que da para ir alguma hora visitar?
Admiro a sua escolha de vida, eu como só frutas e já pensei de viver na natureza e ainda não tenho coragem de sair da sociedade, quem sabe um dia…
Tbm tenho um desejo verossímil gritando aqui dentro para viver de forma mais simples e pra natureza. Mas muitas dúvidas me surgem qdo questiono nos pormenores, tais como: o terreno onde moram é doado, é emprestado, é comprado, e se pagam contas, onde adquirem roupas… essas dúvidas reais. Alguém poderia me esclarecer? Pensei em morar em locais que aceitam caseiros, mas não sei por onde procurar, como começar, estou perdida…
gosto muito destes temas
gosto desse assunto
Parabéns pela mudança de estilo de vida. Eu gostaria de aprender mais sobre isto.
adorei…
Realmente um assunto intrigante e fascinante! O mundo esta voltando para as origens, as sociedades nao aguentam mais estresse e eu particularmente nao vejo vida mais significante do que em contato com a natureza, vou rever meus objetivos e minhas ambiçoes e talvez em breve farei o mesmo, parabens. Mujica ex presidente do Uruguai que é um homem sabio!
Bah, falou exatamente o que eu penso. Ando agoniado com meu estilo de vida, isso que nem entrei no mercado de trabalho…
Ver essa entrevista foi inspirador, e sem dúvidas irei pôr em prática este estilo de vida minimalista. Não vejo a hora.
Amo a natureza, a vida saudável, só que não vivo esta PRÁTICA. Maravilhoso projeto,ideal de vida , mas vida em ambandância.
Parabéns.
Aline Chaves, um abraço bem apertado no cê! To encantada e motivada! Também quero te visitar um dia! <3
Linda 🙂 Que continue a espalhar Amor por todos os lados.
namora comigo Aline?. Brincadeira hehe, LIndo o seu modo de vida, parabens
Que coisa mais linda, maravilhosa e inspiradora. AMEIIII conhecer um pouco da história da Aline e já estou acompanhando seu blog! E olha que doido: essa semana comentei com a minha mãe que queria aprender sobre como cultivar brotos e eis que encontro essa matéria falando exatamente sobre isso. Gratidão ao universo que me conectou a isso aqui! Beijos!
Coisa linda 😀
Inveja, muita inveja é o que sinto da vida que Alice leva consigo, ou seja essa interlocução com a biosfera natural, acredito plenamente que a longividade está aí Parabéns..
Gostaria de passar uns dias com vcs. Também sou crudívora e trabalho com oficinas desenvolvendo produtos com patchwork e bordados. Talvez haja como montar uma parceria bem legal por uns tempos. Enfim, vou aguardar o q vcs tem p me dizer. Parabéns por sua história tão bela e grata por partilhar.
Abraços
Oi selma, entre em contato diretamente com a Aline através do site da RPPN Bom Retiro, no RJ.
Moça, que história linda ♡ Quero um dia trilhar o msm caminho
Gratidão por compartilharem essa história fantástica e muito inspiradora! Encantada!!!
Gratidão pela bela reportagem e excelente exemplo… Pura inspiração….
Muito legal!
Não consegui acessar o blog da Aline, deu como “permissão negada”. Tem algum outro lugar que eu possa acompanhar os posts dela?