O documentário “Maior Viagem: Uma Aventura Psicodélica” (Have a Good Trip: Adventures in Psychedelics) chega ao Netflix com muito humor.
Numa mistura entre testemunhal, comédia e animação, o documentário reconstrói momentos em que celebridades contam suas experiências mais marcantes com substâncias psicodélicas.
Aventuras psicodélicas
É interessante ver várias celebridades falando sobre suas experiências, entre elas, o médico indiano Deepak Chopra, muito conhecido por seus livros e textos sobre espiritualidade, discorrendo sobre a realidade. Já o cantor Sting conta a vez que comeu peiote, um cacto sem espinho com psicoativos, e pensou nos tons para a música Roxanne. Mas aí ele então viu o cometa Halley no topo de uma montanha enquanto alguém passou sangue de um cervo no rosto dele. Maluco, né? Ele também conta que árvores e a grama começaram a falar com ele.
|Leia mais: 5 ervas que tem o poder de alterar a consciencia|
O que é sentir? A quantidade de reflexão advinda de uma experiência com ácidos e psicotrópicos é uma das principais questões abordadas nos depoimentos das celebridades que contam suas estórias. O filme coloca ácido e cogumelos como os refrigerantes dos psicotrópicos, por serem mais “populares”, mas passa rapidamente pelo peiote (mescalina) e ayahuasca (DMT). Vemos também o relato de um psiquiatra que estuda essas drogas e seus possíveis benefícios no tratamento de doenças mentais como ansiedade.
Psicodélicos e celebridades sempre rendem boas histórias
Só pensarmos no impacto do LSD na música para os artistas: os Beatles chaparam e fizeram alguns de seus melhores álbuns viajando.
No Brasil, Rita Lee contou em sua biografia que, uma vez, quis traficar LSD. Para trazer os papeizinhos ao Brasil quando voltou de uma viagem aos Estados Unidos, Rita os transformou em um colar. Passou pela alfandega e sentou em sua poltrona no avião, mas ela quis experimentar o LSD antes de voltar. Resultado? O colar chegou vazio ao Brasil, mas fez com que Rita Lee quase se tornasse uma traficante internacional, não fosse a vontade de viajar durante a viagem de avião.
|Siga o Jardim do Mundo no Instagram para acompanhar nossas aventuras|
Aldous Huxley, autor de Admirável Mundo Novo, escreveu o livro As Portas da Percepção (The Doors of Perception) completamente chapado. E foi dessa viagem psicodélica que inspirou o cantor Jim Morrison a criar a banda The Doors.
Vale a pena assistir?
Depende. O documentário, de certa forma, tenta até ser – humoristicamente – um manual de instruções para o uso. Não é neutro, mas sim claramente parcial. Não estimula o uso, mas tão pouco desencoraja. O objetivo parece ser diminuir o tabu.
Não faz jus à diversidade de estudos na área, que abrangem terapias contra depressão à base de ayahuasca e psilocibina, ibogaína contra dependência química, MDMA (o ecstasy) contra transtorno de estresse pós-traumático, o TEPT, e por aí vai.
Não faltariam figuras mais interessantes e eloquentes da pesquisa para mostrar no filme.
Po routro lado, o elenco é majoritariamente formado por comediantes, os relatos são engraçados e as animacoes super envolventes
INdico tambem o doc Orange Sunshine sobre o movimento psicodelico dos anos 60 e da irmandade Eternal Love.
Lindo Junho pra nos.
Xero.