Um pouco sobre a história e os mitos do Pão

O pão é um alimento antigo, tão antigo quanto a própria civilização. Pesquisadores sobre o tema revelam que os indícios da produção de pão remotam a 10000 anos, pasmem! É claro que o pão daquela época era bem diferente do consumido hoje. Ao longo do tempo o trigo, cereal utilizado para produzir a farinha, foi sendo selecionado pelos agricultores, a fim de obter um grão de melhor qualidade, como o cultivado atualmente.

Os “pães modernos”, esses que são vendidos aos montes nas gôndolas do supermercado e até mesmo o amado pão francês ou pão de sal das padarias, são produtos cheios de aditivos químicos e melhoradores, muito diferente do pão de antigamente, que talvez a maioria das pessoas nem conheça. Um bom pão, feito a partir de uma boa farinha passa por um processo de fermentação que pode durar até 24 horas. Com isso, o famoso glúten se desenvolve e o fermento degrada, fazendo que não continue a “fermentar” na nossa barriga. Isso mesmo! Quando a fermentação dura pouco tempo, ao ingerir o pão, as bactérias continuam a fermentar no intestino, provocando reações nada agradáveis. Além disso, o curto tempo de fermentação não degrada o glúten, trabalho que passa a ser feito pelo nosso organismo… só que o essa proteína é de difícil digestão.

Pão

Repare no tamanho das bolhas de ar! LINDO! Longa fermentação, glúten desenvolvido, menos problemas

[Receita de família: Pão simples na panela]

Pão e o famoso glúten

Falar de pão é falar de glúten, esse nome tão falado hoje em dia. O Glúten é uma proteína, uma combinação de dois aminoácidos que ficam juntos no endosperma do grão de trigo. Sua função na produção da farinha e dos pães, é conferir elasticidade a massa. Com isso, cresce e não deixa escapar as bolhas de ar formadas durante a fermentação. Praticamente um milagre da natureza. O problema é que o glúten pode provocar intolerância em algumas pessoas, que podem chegar a desenvolver sintomas graves. E em outras, inchaço, incômodos na digestão e azia. O ser humano está comendo pão a tanto tempo, não é possível que seja tóxico para todo mundo. O problema é o pão ou o modo industrial de produção? Estou convencida que grande parte da questão está relacionado a segunda pergunta.

É inegável que uma alimentação com restrição de glúten desincha e emagrece. Pudera, basta andar pelo mercado e observar que a grande maioria dos produtos disponíveis são derivados de farinha de trigo, aveia – glúten. Café da manhã, lanche, jantar. Lá está ele. Super consumo de trigo, epidemia de efeitos colaterais.

[Aprenda como preparar geleia de bergamota caseira]

O caminho é o equilíbrio

A saída sempre está no equilíbrio. Aumentar a variedade de alimentos consumidos, aipim/mandioca no café da manhã, por que não? Voltar a comer comida de verdade, reduzindo os produtos ultraprocessados na mesa, é uma ótima e sabia escolha. Consumir pães sem glúten, aprender novas receitas, conhecer farinhas diferentes. Se aventurar no universo da panificação, fazer o próprio pão, seja de fermentação natural ou não. Gente, isso é vida. Para os que não sabem ou não gostam de cozinhar, procure aquela pessoa que faz pão caseiro, sempre tem por perto. Apoiar iniciativas locais, produtores locais. Uma ótima ideia! Agora, se você possui doença celíaca não pode passar nem perto de glúten mesmo. No próximo artigo, vou falar sobre minha experiência pessoal de dois anos sem consumir glúten a mostrar algumas receitas e opções! Até lá!

Uma pessoa em constante construção. Mergulho de cabeça em tudo que faz meu coração palpitar. Capricorniana com ascendente em Peixes se fosse uma árvore seria daquelas que habitam as margens das cachoeiras ou um arbusto em algum costão à beira do mar. Apaixonada por gastronomia, amo comer um bom prato, bem feito, com ingredientes frescos. Lapidando um talento nato, cozinhar, esse ato tão raro num mundo onde o básico se tornou jóia e que compartilho aqui com vocês. Vegetariana, opção (para mim difícil) ligada ao caminho espiritual. Afoita por informação, efeito dessa era hiperconectada. Engenheira Florestal de formação, profissão que sou grata e me conecta com o mundo convencional. Sempre em busca do autoconhecimento, olhando para dentro para construir uma vida feita a mão! Desta forma vou me construindo, como um mosaico que nunca acaba.